Regras definidas e com certos benefícios. Esta é a definição do namoro “CLT”, que faz referência à Consolidação das Leis do Trabalho, famoso vínculo empregatício formal criado em 1943. Mais de 80 anos depois, o documento agora é usado como parâmetro por 56% dos brasileiros no âmbito do amor. É o que diz uma pesquisa feita pela plataforma Onlinecurriculo, especializada em criação de currículos automatizados, que ouviu 500 pessoas entre 19 e 23 de maio deste ano.
Continua depois da publicidade
Dizer que está em um relacionamento CLT é como ter acordos certos, com uma certa estabilidade, benefícios e regras definidas. Esse tipo de analogia faz sentido para 94% dos participantes da pesquisa, que acham que a vida amorosa e o trabalho seguem uma lógica parecida.
Para algumas dessas pessoas, têm benefícios que não podem ser deixados de lado, como o apoio emocional — importante para 51% dos entrevistados —, e a companhia para dividir a rotina, essencial para 52,4%. Essa conta não vale só para quem é CLT, mas para outros tipos de “modelos de contratação”.
O modelo “PJ” também tem espaço no coração dos brasileiros
Quem tem aquele tipo de relacionamento CLT, não se preocupa com instabilidade. Já aqueles que tem alguns vínculos mais temporários ou até mesmo terceirizados, o modelo de contratação mais adequado seria o PJ — Pessoa Jurídica, que significa prestar serviços para uma empresa sem ser contratada de fato sob a CLT.
Na prática, é como se fossem relacionamentos em que os parceiros “trabalham” um para o outro, mas não se pertencem. De acordo com a pesquisa, 17% dos brasileiros comparam seus relacionamentos a esse tipo de modelo. Para eles, há benefícios como mais autonomia, menos obrigações e acordos flexíveis.
Continua depois da publicidade
Os extremos
Têm também aqueles que são 8 ou 80. Os que dizem estar entregando muito, recebendo pouco e tentando provar que possuem valor são 7,4% dos entrevistados, que se intitulam como estagiários quando o assunto é amor. Isso porque são pessoas que consideram se doar muito para o relacionamento, enquanto recebem pouco do parceiro.
Já outra parcela da população diz que o vínculo na relação já está forte o suficiente para se considerarem concursados, com uma vaga vitalícia no coração do amado ou amada. Porém, esses ainda são poucos no Brasil: apenas 6%.
Vaga com descrição detalhada
Para algumas pessoas, o primeiro encontro pode ser visto até mesmo como uma entrevista de emprego. Cerca de 32% dos entrevistados disseram que, em um primeiro date, querem conhecer a fundo a pessoa, como se fosse uma vaga em um site de busca de emprego, com uma descrição bem detalhada sobre quem é a pessoa.
Por outro lado, 36,2% preferem não se aprofundar demais, apresentando só as melhores qualidades. Tem outros que tentam até “mentir no currículo”, arrumando qualidades para impressionar. Esses representam 21,4% dos entrevistados. Tem também aqueles que preferem “adaptar o currículo para cada vaga”, ou seja, em cada encontro se mostra uma pessoa diferente, conforme o contexto (18,6%).
Continua depois da publicidade
São poucos aqueles que resolvem contar tudo de uma vez só, sem estratégia nenhuma: 8,2%.
Hora de assinar a rescisão
Terminar um relacionamento nunca é fácil e, por isso, muitos brasileiros possuem estratégias para “assinar a rescisão” de forma mais branda possível. É o caso de 55,4% dos entrevistados, que disseram que conversam, resolvem o que precisam resolver, e seguem em frente, como se um trabalhador e um patrão fizessem um acordo amigável.
Outros 26,6% costumam se demitir e saem dos relacionamento de forma voluntária. Já para 14,6%, o fim de uma relação pode ser conturbado, com idas e vindas e discussões. No outro oposto, 12,6% afirmaram que terminam com o “ghosting”, quando um dos parceiros some de forma abrupta.
Leia também
Portabilidade do Consignado CLT: entenda o que é e como solicitar a partir desta sexta