Uma análise preliminar divulgada nesta sexta-feira (18) pela Secretaria Municipal de Saneamento Ambiental de Garuva confirmou que o rio São João e os peixes do afluente estão contaminados. O rio foi atingido por ácido sulfúrico depois que um caminhão carregado com 31.970 quilos do produto tombou na BR-376, que fica na divisa entre SC e Paraná, e a substância vazou para o afluente. 

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O relatório apontou que o pH das águas monitoradas está com índice considerado ácido e altas concentrações de alumínio e enxofre na fauna aquática. Inclusive, um dia após o acidente, na quinta-feira (17), peixes de diferentes espécies apareceram mortos dentro e no entorno do rio. 

Peixes mortos no rio um dia após acidente
Peixes mortos no rio um dia após acidente – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Peixes de várias espécies foram encontrados sem vida
Peixes de várias espécies foram encontrados sem vida – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Peixe morto no rio em Garuva
Peixe morto no rio em Garuva – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Peixes mortos entre as pedras
Peixes mortos entre as pedras – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Peixe morto em Garuva
Peixe morto em Garuva – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Equipes técnicas foram ao local logo após o acidente
Equipes técnicas foram ao local logo após o acidente – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Foram colhidas amostras de água e da fauna para análise
Foram colhidas amostras de água e da fauna para análise – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Amostras foram enviadas a laboratório do município
Amostras foram enviadas a laboratório do município – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Bombeiros e Defesa Civil estiveram no local
Bombeiros e Defesa Civil estiveram no local – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)
Motorista da carreta morreu no local do acidente
Motorista da carreta morreu no local do acidente – (Foto: Prefeitura de Garuva/Divulgação)

 As amostras de água e da fauna foram colhidas e analisadas no dia em que aconteceu o vazamento, na Comunidade de Pedra Branca do Araraquara, na divisa com Guaratuba (PR) – onde aconteceu o acidente – e mostrou que o pH estava em 3,92. 

Silmara Ghiggi, secretária de Saneamento Ambiental do município, explicou à reportagem do AN que, por se tratar de um rio de água alcalina, o índice normal varia entre 7 e 7,4.

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Ainda de acordo com o laudo preliminar, somente após a análise completa da água e da ictiofauna (conjunto das espécies de peixes) é que se saberá ao certo as condições do rio São João. Novos resultados devem ser divulgados durante a próxima semana.

Rio segue interditado

Enquanto os resultados finais não saem, o rio São João segue interditado temporariamente. Ainda na quarta-feira (16), dia em que aconteceu o acidente, a prefeitura sinalizou o local com placas de alerta de risco no entorno da área afetada.

A secretária Silmara explica que o rio não é utilizado para o abastecimento do município – o de capitação é o rio Braço – mas é utilizado por moradores para pesca, agricultura e por banhistas, por isso o local foi fechado para acesso.

As instituições ambientais municipais e estaduais seguem monitorando a região atingida diariamente para verificar se está acontecendo a descontaminação. 

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Este mesmo rio, inclusive, passou cerca de quatro anos interditado por conta de outro acidente ocorrido em 2018, quando produtos químicos transportadas por um caminhão também foram derramadas no afluente. Na ocasião, três toneladas de peixes morreram.

A prática de atividades recreativas havia sido liberada no último dia 27 de janeiro pelo Instituto Água e Terra (IAT), mas ainda permanecia interditado pela portaria do Ibama. Uma nova interdição prolongada do rio será definida após a emissão de laudo técnico final.

Prefeitura vai acionar o MPF

Devido ao grande número de acidentes na rodovia, a Prefeitura de Garuva vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) e solicitar abertura de ação civil pública alegando a necessidade de barreiras de contenção na BR-376. 

Além disso, o município quer que sejam tomadas medidas para mitigar os impactos ambientais em casos de derramamento de produtos perigosos na região, que atingem principalmente o rio São João. 

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Somente nos últimos 12 anos, entre os Km 664 e Km 682 da rodovia, já aconteceram 89 acidentes com derramamento de substâncias tóxicas. Segundo a prefeitura, os acontecimentos trazem diversos problemas econômicos e ambientais para a população da cidade. 

O acidente

O caminhão tombou por volta das 8h10min de quarta-feira, na BR-376, entre SC e Paraná. O veículo seguia sentido a Santa Catarina quando caiu às margens da rodovia. O motorista, de 63 anos, morreu no local.

De acordo com a Arteris Litoral Sul, concessionária que administra a rodovia, o acidente aconteceu no Km 667,7. Por causa do tombamento, a carreta, com placas de Guarulhos (SP), ficou com a cabine totalmente amassada.

A suspeita é de que a carreta tenha ficado sem freios e o condutor se perdido na curva. Horas após o tombamento, a via seguia interditada para a retirada do veículo e com formação de filas. O fluxo de veículos só foi normalizado durante a tarde de quarta-feira. 

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