Uma pesquisa da Universidade Regional de Blumenau identificou contaminação na costa catarinense e em ostras. Entre as substâncias detectadas estão anti-inflamatórios, cafeína e pesticidas.

Continua depois da publicidade

Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp

Nove pontos da costa catarinense foram afetados nos municípios de São Francisco do Sul, Itajaí, Florianópolis e Laguna. Foram encontrados anti-inflamatórios, cafeína, hormônios, pesticidas e derivados de petróleo.

De acordo com a pesquisa, a contaminação ocorre por conta da ação humana. O pesquisador e doutor em Bioquímica, Eduardo Alves de Almeida, explica que os resultados são fruto de um monitoramento feito pela universidade.

— A gente tem essa preocupação de tentar monitorar o que que o crescimento populacional, principalmente nas áreas litorâneas, tem trazido de impactos, focados na questão dos impactos dos poluentes gerados pela população humana. Foram cerca de 150 compostos. A gente analisou agrotóxicos, a gente analisou derivados de petróleo, a gente analisou compostos emergentes, que a gente chama, que inclui aí os fármacos, os produtos de higiene pessoal, hormônios sintéticos, hormônios naturais, cafeína — detalha.

Continua depois da publicidade

As maiores concentrações de cafeína foram encontradas em Laguna, enquanto que a de derivados de petróleo foi na região de Florianópolis. Os resultados negativos preocupam moradores que vivem perto do mar.

— Eu não vou muito na água, quase que nada. Me preocupo porque eu não sei o que tem dentro. Eu sei que tem muitas, muitas impropriedades dentro da água que podem dar problema para você. Então eu evito esse tipo de situação, principalmente alta temporada — conta o aposentado Ildo Goldoni.

Os resultados indicados pela pesquisa acendem um alerta: a contaminação da água traz impactos diretos na fauna e flora marinha, e pode resultar, por exemplo, na morte de peixes e corais.

Pesquisa avalia contaminação de ostras

Outra possível consequência é a contaminação de frutos do mar, que se forem consumidos podem trazer sérios riscos a saúde. O estudo analisou as ostras que vivem nesses locais, e mostrou que elas estão sendo afetadas pela poluição.

Continua depois da publicidade

— O mar é fonte de vários tipos de alimento, nós temos peixes, outros frutos do mar e que sem dúvida estão se contaminando com esses poluentes e aí a gente pesca, a gente coleta esses animais, a gente cultiva. Alguns animais, e traz para a mesa para comer. E eles estão intoxicados com esses compostos, isso pode passar para a gente, a gente se intoxicar pela via alimentar — afirma o pesquisador Eduardo.

Os pesquisadores irão ampliar as investigações para as áreas de cultivo das ostras, com a ideia de usar os resultados de parâmetro para o monitoramento dos níveis de poluição na costa catarinense.

— Por isso que é importante a gente ter esses dados, para que a gente possa ter um melhor cuidado, bolar uma estratégia melhor de como fazer o manejo dessas áreas para evitar esse tipo de problema e trazer até problemas econômicos, em função de perdas, de vendas, vamos dizer, por estar levando para a população um alimento contaminado — finaliza Eduardo

*Com informações do repórter da NSC TV Rafael Medeiros

Leia também

Cocaína e antibióticos são encontrados na Lagoa da Conceição em Florianópolis

Lagoa do Peri volta a ficar própria para banho e garante permanência da Bandeira Azul