Duas aparições raras em um intervalo de menos de 30 dias intrigaram pesquisadores do Vale do Itajaí recentemente. Primeiro, um veado albino foi visto em Guabiruba. Semanas depois, a 55 quilômetros do local, já em Indaial, um animal semelhante foi flagrado. Além da raridade da condição genética em uma espécie com risco de acabar, a pergunta que ficou sem resposta foi: tratava-se do mesmo mamífero?
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Os episódios foram relatados em um artigo publicado no mês passado na Brazilian Journal of Animal and Environmental Research. Uma das autoras é a veterinária Milene Zapala, que atua no zoobotânico de Brusque e cuida de Flokinho, o único veado-mateiro albino em cativeiro do Brasil.
A existência de ao menos mais um “Flokinho” na região surpreende porque há poucos registros dessa condição em cervídeos provenientes da Mata Atlântica no país. Porém, embora incomum, o albinismo em mamíferos silvestres tem sido observado com mais frequência nas últimas décadas devido à diminuição do habitat deles (desmatamento) e redução populacional. Os dois fatores acabam contribuindo significativamente para o acasalamento de animais com grau de parentesco, resultando em filhotes com esse defeito genético.
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Conforme o documento, em julho, um morador do bairro Aymoré, em Guabiruba, entrou em contato com o zoobotânico de Brusque para contar que viu um veado albino na mata. “Após o registro, a informação foi repassada ao técnico do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que relatou um segundo avistamento, ocorrido no início de agosto, de outro cervídeo com características semelhantes no município de Indaial”.
O texto também destacou que entre Guabiruba e Indaial há o Parque Nacional da Serra do Itajaí, unidade de conservação federal que abrange aproximadamente 57 mil hectares de floresta. Pode ser que seja o mesmo veado, apesar da distância entre os pontos de ocorrência ser de cerca de 55 quilômetros em linha reta.
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Se é o mesmo não se sabe, mas os episódios evidenciam que os veados albinos têm capacidade de vida livre mesmo convivendo com limitações (eles são quase cegos, por exemplo). No entanto, os casos também acendem um alerta para a necessidade de preservação das espécies e da mata.
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