A Polícia Civil de São Paulo pediu para que o Instituto Médico Legal (IML) faça a reconstituição do assassinato da adolescente Vitória Regina de Souza, de 17 anos, morta depois de sair do trabalho no início de março, em Cajamar (SP). A solicitação acontece após a polícia afirmar que o caso estava esclarecido, mas a defesa levantar suspeitas sobre a validade da confissão do suspeito. As informações são do g1.
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O principal motivo para a mudança de discurso foi o fato de a defesa de Maicol Santos, principal suspeito e único preso pelo crime, afirmar que o homem teria sido coagido pela autoridades a confessar o assassinato. Uma avaliação psiquiátrica também foi solicitada, ato também criticado pelos advogados de Maicol, que dizem que a avaliação quer validar a confissão do homem.
Em nota, a defesa afirmou que “questiona, veementemente, a conduta adotada pelo delegado responsável pelo caso, que, sem ordem judicial, agendou a realização de uma perícia psiquiátrica”. Além disso, a medida, segundo os advogados, “desrespeita a lei e sua realização é ilegal e arbitrária”.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP), por outro lado, diz que a solicitação da reconstituição do crime e a afirmação da defesa não tem ligação, e que Maicol permanece preso enquanto as investigações prosseguem para a conclusão do inquérito policial.
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A pasta declara, ainda, que “todos os procedimentos adotados no caso, inclusive o depoimento do suspeito, obedeceram estritamente ao Código de Processo Penal”.
Maicol diz que foi forçado a confessar
Maicol disse que foi coagido pelo delegado a fazer a confissão. Em um áudio gravado por seus advogados, ele disse que “inventou uma história” porque os policiais o pressionaram dizendo que iriam prender seus familiares.
— Por volta de 10h [22h], eles me chamaram lá em cima, na sala lá em cima e falaram que ia, que o delegado ia me f*… de qualquer jeito. De qualquer jeito ele ia me f*. Aí pegou, falou que ia colocar a minha mãe, falou que ia… colocasse minha mãe.. o… a, na cena do crime. Falou que ia colocar minha esposa, ia colocar minha família toda, se eu não ajudasse, se eu não cooperasse, ele ia colocar minha família toda. Aí eu peguei e inventei uma história e falei que fui eu para eles me livrar, livrar minha família — diz Maicol em um trecho.
Maicol disse não saber o nome do delegado que o coagiu a confessar o homicídio.
— Só quis livrar a minha família porque eles falaram… — diz o suspeito.
Na confissão, ele disse que a motivação do crime foi porque Vitória queria contar à esposa dele sobre um relacionamento que os dois tiveram há cerca de um ano e meio.
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