Maicol Sales dos Santos confessou à Polícia Civil que matou Vitória Regina de Souza, em Cajamar, na Grande São Paulo. Em depoimento, o suspeito contou que agiu sozinho e que atacou a adolescente com golpes de faca após uma discussão dentro do carro dele. A defesa, entretanto, diz que ele pode ter sido coagido e vai pedir a anulação da confissão. As informações foram divulgadas pelo Fantástico neste domingo (23). 

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Vitória Sousa, de 17 anos, desapareceu no dia 26 de fevereiro e foi encontrada morta em 5 de março. Durante o depoimento, o suspeito afirmou que os dois haviam ficado juntos uma vez e que a jovem ameaçava contar à esposa dele sobre o relacionamento. Ainda segundo o suspeito, ele foi agredido pela adolescente após uma discussão e, em resposta, desferiu dois golpes de faca que a mataram. A perícia, porém, constatou três ferimentos. 

A perícia, entretanto, não encontrou vestígios de sangue ou fios de cabelo nos bancos do carro, apenas uma possível mancha de sangue e um cabelo no porta-malas.  O suspeito afirmou que jogou a faca usada no crime em um rio. 

À polícia, Maicol disse que enterrou o corpo de Vitória. Contudo, a jovem foi encontrada no solo em um terreno baldio dois dias após ter sido morta. Próximo ao local, os investigadores encontraram uma enxada e uma pá, supostamente usadas no crime. As ferramentas pertenciam ao padrasto do suspeito, mas a polícia não questionou Maicol sobre isso durante o interrogatório.

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O advogado de defesa de Maicol diz que a confissão foi forçada e que ele não tinha advogado presente no depoimento. Nos vídeos, obtidos pelo Fantástico, não há indícios visíveis de coação.

A polícia ainda não disse se encontrou câmeras de segurança que comprovem a versão de Maicol. Exames de DNA no sangue e cabelo encontrados no carro e na casa do suspeito seguem em andamento. O inquérito será encaminhado à Justiça assim que finalizado. 

Relembre o caso Vitória

Familiares pedem reconstituição do crime

Ao Fantástico, os familiares de Vitória afirmaram que não acreditam que Maicol agiu sozinho e pedem a reconstituição do crime.

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— Quero saber de todos que estavam junto com ele. Todos. Eu falo todos porque eu tenho a certeza… que não é mais um, deve ser mais dois ou mais três… que estejam envolvidos nessa tramolha toda — disse Carlos Alberto Sousa, pai de Vitória. 

Carlos Alberto também falou que Vitória era conhecida por ser “estudiosa” e “cheia de brincadeira”. 

— Uma menina, que aos 17 anos, foi assassinada vindo do serviço para casa e ainda postou que ela estava vindo descansar, porque no outro dia tinha mais — fala. 

Vizinho suspeito e único preso

Maicol Antônio Sales, vizinho de Vitória, foi preso no dia 9 de março, suspeito de dirigir um carro prata que perseguiu a adolescente quando ela desceu do ônibus. O veículo também foi apreendido e, no porta-malas, foram encontradas manchas de sangue.

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O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, afirmou que o material foi encaminhado para análise em um laboratório de DNA, mas que o exame pode demorar, levando de 30 a 40 dias para a produção do laudo.

Segundo testemunhas, ele estaria próximo ao local em que o crime ocorreu e houve movimentação suspeita na casa do suspeito na noite em que Vitória desapareceu. Uma contradição no depoimento também foi um agravante para a prisão, já que ele disse que estava com a esposa no momento do crime, enquanto a mulher relatou que estava na casa da mãe naquela noite.

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