A exposição inédita “Exaptações, a obra de Juliana Hoffmann” está em cartaz até o dia 14 de agosto em Florianópolis, na Fundação Cultural Badesc, localizada na área central da cidade. A mostra, que tem entrada gratuita de segunda a sexta, das 13h às 19h, conta com readymades (pronto feito, em português), mofos e marcas de cupins.

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A exposição ocupa o jardim e três salas do casarão, que fica localizado na rua Visconde de Ouro Preto, número 216.

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Raul Antelo, curador da mostra junto de Rosângela Cherem e de Bianca Tomaselli, explica que o uso de readymade nasceu há mais de um século, quando Marcel Duchamp propôs a desconstrução da arte retiniana, ou seja, uma arte que “agrada a vista”.

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— A base do seu trabalho foi o desejo de decompor as formas, ou mesmo de compô-las, conforme a lição cubista. Mas, Duchamp foi além e nos deixou “A noiva despida pelos seus celibatários, mesmo”. Se Duchamp desmanchava o mundo material das máquinas, enorme utopia do século XIX, Juliana desmancha a soberania do artista, através de um olhar lançado ao não-humano — destaca.

Mais de 40 obras compõem a exposição

Os curadores fizeram a seleção das mais de 40 obras que ocupam três espaços do casarão. São livros e madeiras “danificadas” por insetos, cupins e traças, bem como impressões com imagens de paredes trabalhadas pela umidade e mofo e placas com vestígios dos recortes feitos por máquinas sobre madeiras e MDF.

Para o curador, ao entrar na exposição, o visitante já tem a atenção atraída pela Criação do Mundo Moderno, título de um dos livros devorados pelos cupins.

— Cai o determinismo, cai a necessidade e destaca-se o aleatório. Apesar de toda a redução apregoada, Duchamp nunca considerou seu trabalho uma pintura abstrata. Da mesma forma, o trabalho de Juliana nada tem de abstrato. Exibe, no entanto, a regra de ouro da arte contemporânea: só o aleatório é necessário — complementa.

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Veja fotos da exposição


A artista Juliana Hoffmann

Juliana Hoffmann nasceu em Concórdia, no Meio-Oeste de Santa Catarina, e entrou no cenário artístico em 1982. Ela fez a primeira exposição aos 16 anos e é referência quando o assunto é arte contemporânea.

De acordo com Antelo, uma das contribuições mais destacadas da exposição de Juliana Hoffmann na Fundação Cultural Badesc reside nas estratégias de cooperação, responsabilidade compartilhada e coparticipação, que ela divide com outros artistas.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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