De campeonato de surfe à prática de ioga, a Praia do Pinho, em Balneário Camboriú, já foi palco de muitas atrações voltadas aos adeptos do nudismo. Fotos pouco vistas por quem é de fora desse universo provam isso (veja na galeria abaixo). O local ficou nacionalmente famoso há 40 anos, após virar capa de revista sobre o reduto de quem prefere curtir o mar e a areia sem roupas. De lá para cá, porém, também se tornou alvo frequente de quem não vê com bons olhos os corpos despidos.
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No mais recente capítulo dessa história, o vereador Jair Renan (PL) está subscrevendo o projeto de lei do ex-parlamentar Anderson Santos (PL), que propõe acabar com o nudismo na Praia do Pinho. A proposta foi apresentada em 2022, chegou a ser discutida em plenário em 2023, mas não foi à votação final. O Ministério Público de Santa Catarina recomendou a não aprovação de nenhum projeto do gênero, por entender que o assunto deveria ser discutido na revisão do Plano Diretor de Balneário Camboriú.
O Plano Diretor da cidade em vigência é de 2006 e caracteriza a Praia do Pinho como local para prática do nudismo. A prefeitura contratou, este ano, um estudo para revisão do documento, que, na prática, norteia como será o desenvolvimento do município pelos próximos anos. Uma das etapas desse processo é a discussão dos temas, o que deve trazer à tona a continuidade ou não do acesso de pessoas sem roupas à Praia do Pinho, considerada berço do nudismo no Brasil.
Questionada sobre como pretende tratar o assunto, a prefeitura respondeu: “Quanto à possibilidade de alguma definição específica para a região da Praia do Pinho, todas as decisões serão tomadas pelo colégio de delegados no momento oportuno, durante a retomada das discussões”.
Como é um dia de verão na Praia do Pinho, berço do nudismo no Brasil; veja fotos
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As fotos pouco vistas da Praia do Pinho
Nudismo da Praia do Pinho na berlinda
Essa não é a primeira vez que a Praia do Pinho está na berlinda devido ao nudismo no local. Há décadas, como mostram registros de jornais, parlamentares tentam proibir a prática, mas sem sucesso. A alegação, desde sempre, é a “promiscuidade exacerbada e sexo explícito”.
É importante lembrar que o fato de se tratar de uma praia de nudismo, prevista em legislação municipal, não permite cenas de sexo ou do gênero — tal qual se viu no Caixa D’Aço, em Porto Belo e virou alvo de força-tarefa das autoridades de segurança para coibir os atos.
Atos obscenos e libidinosos são crimes de acordo com o Código Penal, cujas penas variam de três meses a cinco anos.
Outro argumento é que a proibição do nudismo no Pinho vai permitir que pessoas não adeptas do movimento frequentem a praia, cuja água cristalina e areia branquinha são um chamariz para os dias quentes. Porém, atualmente, não é obrigatório estar sem roupa para frequentar o local.
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Pelo código de naturismo, a ausência de roupa não deve ter conotação sexual. Mas para os não praticantes da “filosofia”, a nudez ganha contornos libidinosos, e aí pode estar uma origem do debate. Quem é adepto à prática argumenta que acabar com o naturismo seria um retrocesso. Países como Alemanha, Grécia, Espanha, Estados Unidos e Portugal têm praias onde a nudez é permitida.
 
				 
                                     
                            
                            





























