A aurora austral é um fenômeno luminoso que ocorre apenas no polo sul do globo, quando há interação entre a energia solar e gases presentes na atmosfera terrestre. Desta forma, quando há uma tespestade solar mais intensa, a área de cobertura possível para uma aurora austral pode aumentar, mas, via de regra, ela ocorre apenas na Antártica, e nos países Chile, Argentina, Austrália e Nova Zelândia. Contúdo, um ex-diretor do Observatório Nacional relatou que o Brasil foi a exceção a esta regra em 1975.

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Aurora austral no Brasil

O que era tido como impossível de ser avistado no Brasil aconteceu no dia 15 de fevereiro de 1975. De acordo com o Observatório Nacional, foi nesta data que o diretor do Observatório Imperial no Rio de Janeiro (equivalente ao Observatório Nacional atualmente) e astrônomo francês, Emmanuel Liais, observou um Aurora Austral, descrita como “forte e duradoura”. As luzes foram observadas do Morro do Castelo, no Rio de Janeiro.

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Além de observar o fenômeno por cerca de 40 minutos de forma constante e algumas horas de observações intercaladas, o astrônomo documentou e publicou seu relato em alguns jornais, como o “A Nação: Jornal Político”. Confira o relato completo abaixo.

Trecho do relato sobre Aurora Austral no Brasil

“Foi a minha attenção despertada por uma especie de véo espalhado sobre todo o céo e formando uma serie de listras esbranquiçadas, que começavam ao sul sobre um arco de circulo, cujo centro achava-se abaixo do horizonte, na direção da agulha magnetica de inclinação. As listras ou raios eram de tal extensão, que atravessavam o céo do sul ao norte, onde convergiam para o ponto diametralmente opposto.

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Esta disposição, reproduzindo a fórma das auroras boreaes, fez-me desde logo suppor que bem podia ser uma aurora austra o phenomeno que presenciava; infelizmente não podia affirma-lo por auga da presença da lua; momento depois, porém, fiquei inteiramente convencido disso, graças a outras circumstancias que o acompanharam.”

Este foi considerado o primeiro registro esporádico de um aurora na América do Sul e o segundo registro no hemisfério sul. Desta forma, a partir do relato do astrônomo Emmanuel Liais, o Observatório Nacional destaca que: “Sua credibilidade científica e a precisão de suas descrições adicionam uma importante contribuição ao estudo das auroras e à história da astronomia brasileira”.

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