Os municípios de Balneário Camboriú e Blumenau iniciam a implantação do Método Wolbachia, uma tecnologia natural, autossustentável e segura, voltada para a redução da transmissão de doenças como dengue, Zika e chikungunya. A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Saúde, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com os governos estaduais e municipais, como parte da estratégia nacional de enfrentamento das arboviroses.

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O lançamento oficial das liberações será realizado no município de Joinville nesta terça-feira (26), no Auditório Reginaldo de Souza Kock, anexo à UBSF Glória. O evento reunirá autoridades dos governos federal, estadual e municipais, além de representantes da Wolbito do Brasil. As solturas de mosquitos começam no dia seguinte, em Balneário Camboriú, nos bairros Nações e Ariribá, com um cronograma de 26 semanas, entre terças e quintas-feiras, na primeira hora da manhã.

Pesquisas realizadas previamente indicaram aprovação da população para a implantação do método e, no caso de Joinville, para a expansão da iniciativa.

“A chegada do Método Wolbachia é um reforço fundamental na proteção da nossa população. Essa é uma estratégia segura para as pessoas, animais e meio ambiente, que vem somar junto às ações de prevenção já adotadas” — afirma a secretária de Saúde de Balneário Camboriú, Aline Leal.

O método utiliza mosquitos Aedes aegypti que carregam a bactéria Wolbachia, presente naturalmente em mais da metade dos insetos da natureza. Ao se reproduzirem com mosquitos locais, transmitem a bactéria para seus filhotes, tornando a população local de mosquitos autossustentável. Com o tempo, a maioria dos mosquitos passa a portar a Wolbachia, o que reduz a transmissão de vírus e protege a população de forma contínua.

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“A continuação da implementação do Método Wolbachia em Santa Catarina representa um ganho para toda a população dos três municípios, que vêm enfrentando alta transmissão de dengue nos últimos anos” — destaca a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz.

Estados e prefeituras fornecem agentes locais e insumos necessários para operacionalizar a produção e o trabalho de campo, enquanto a Wolbito do Brasil coordena atividades da metodologia, além da produção em larga escala dos ovos de mosquitos.

“Os três municípios dão um passo importante no enfrentamento da dengue, com uma solução que é natural, segura e autossustentável. A parceria entre as diversas instituições responsáveis pela iniciativa reforça o compromisso com a saúde pública e com o uso de tecnologias baseadas em evidências — frisa Luciano Moreira, CEO da Wolbito do Brasil.

O Método Wolbachia possui respaldo em estudos científicos nacionais e internacionais, e tem sido aplicado com sucesso em diferentes cidades do Brasil e do mundo, com reduções expressivas nos casos de arboviroses. Em Niterói (RJ), dados preliminares apontam redução de 88,8% nos casos de dengue.

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A tecnologia é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), incluída nas políticas públicas de saúde do Brasil, com autorização da Anvisa.

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