Prática ancestral de países nórdicos, o banho de gelo está se espalhando pelo mundo como uma terapia natural poderosa.

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Mas será que o choque térmico entre calor e frio faz mesmo bem à saúde? A ciência começa a revelar respostas surpreendentes.

Se antes a ideia de mergulhar em água quase congelada soava como um castigo, hoje ela atrai entusiastas do bem-estar ao redor do planeta.

Conhecida como terapia de contraste, a combinação entre calor intenso e banho gelado — inspirada nos rituais finlandeses de sauna — virou tendência entre atletas, biohackers e curiosos em busca de energia e vitalidade.

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Mas afinal, o banho de gelo faz bem? A resposta pode estar no que acontece com o corpo durante e depois desse choque térmico.

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Um impacto direto na circulação e na pressão arterial

Ao entrar em uma sauna, o corpo chega a atingir até 39 °C. Os vasos sanguíneos se dilatam, a pressão cai, e o suor leva embora tensões e toxinas.

Em seguida, ao mergulhar em água com 1 °C, o cenário se inverte: os vasos se contraem, o coração acelera, e o corpo entra em estado de alerta.

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Esse ciclo de extremos pode parecer radical, mas estimula intensamente o sistema cardiovascular. Um estudo finlandês de longo prazo mostrou que homens que praticavam sauna regularmente — muitas vezes seguida de banho gelado — apresentaram menor risco de hipertensão, doenças cardíacas e até morte súbita.

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O frio que aquece o humor

Além da explosão de energia após o banho gelado, há benefícios hormonais em jogo. Endorfinas, dopamina e até o hormônio do crescimento aumentam com a prática.

A explicação? O estresse térmico ativa reações de sobrevivência que, paradoxalmente, promovem bem-estar.

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Pesquisadores do Reino Unido também identificaram que o ambiente da sauna (e o mergulho posterior) pode ter efeito terapêutico em transtornos emocionais.

A prática, dizem eles, cria um espaço simbólico de acolhimento e transformação.

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Efeitos no cérebro e prevenção de doenças

Estudos com mais de 2.000 pessoas revelaram algo ainda mais impressionante: quem frequenta sauna (com ou sem banho gelado) de 4 a 7 vezes por semana tem até 66% menos risco de desenvolver Alzheimer e demência.

A explicação pode estar no estímulo ao fluxo sanguíneo cerebral e na redução de marcadores inflamatórios. Ou seja, o frio pode ser um aliado da longevidade mental.

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Atenção aos riscos: nem todos devem tentar

Apesar dos benefícios relatados, a prática não é para todos. Pessoas com doenças cardiovasculares, histórico de AVC ou que consumiram álcool devem evitar mergulhos em água fria após a sauna. Há relatos raros de infartos e outras complicações, geralmente associados a fatores de risco pré-existentes.

A recomendação dos especialistas é clara: consulte um médico antes de incluir o banho de gelo na rotina, especialmente se você tiver qualquer condição médica.

Como adotar o banho de gelo com segurança

  • Comece com exposição gradual: termine o banho com água fria ou molhe braços e pernas.
  • Evite o mergulho completo se estiver sozinho.
  • Combine com momentos de calor, como sauna ou banho quente.
  • Ouça seu corpo. Dor intensa e tontura são sinais de alerta.

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Praticado com cuidado, o banho de gelo pode ser mais do que um desafio de resistência: pode ser um ritual de renovação, saúde e conexão consigo mesmo. Quem já experimentou, relata a mesma sensação: um choque que desperta e acalma ao mesmo tempo.

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