Um bebê de quatro meses morreu em Florianópolis por pneumonia no último domingo (27), após quatro dias de tratamento para um suposto quadro de gases, conforme teria sido diagnosticado por dois hospitais públicos da Capital, segundo afirma a família. Os pais da criança também dizem entender que houve negligência médica no caso, o que as unidades de saúde envolvidas negam.

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Samuel Guedes Correia foi levado pelos pais, Gustavo e Camila, para atendimento médico pela primeira vez na quarta anterior (23), no Hospital Florianópolis. Na ocasião, uma médica teria informado ao casal que o bebê poderia estar com gripe. Foi recomendada então lavagem nasal.

Já no sábado (26), os pais voltaram com a criança ao mesmo hospital, uma vez que ela seguia com sintomas, entre eles tosse e bastante choro, aparentemente com dor. O menino foi submetido a exames e recebeu então o diagnóstico de que seriam gases, tendo sido medicado para cólica.

No dia seguinte, no entanto, Samuel não dava sinais de melhora com a medicação recomendada. A família voltou então ao Hospital Florianópolis, que encaminhou o menino ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, onde poderia passar por um atendimento mais aprofundado.

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No segundo hospital, foram feitos novo atendimento e exame de raio-X. O segundo diagnóstico teria sido também mantido, de que o bebê teria gases, segundo afirma a família. Ele foi então liberado.

Os pais voltaram com ele ao Hospital Florianópolis ainda no domingo, já à noite, quando a criança gritava de dor e tinha os lábios roxos, aparentemente com falta de ar.

— Quando a gente chegou lá, ele já não estava respirando. Só entreguei ele para os médicos, todo mundo foi, deu a atenção que teria que dar, chamaram o Samu, ficaram mais de uma hora fazendo reanimação, não adiantou. O meu filho não voltou. O meu filho morreu nos meus braços, com diagnóstico de gases. Já viu gases matar alguém? Na segunda-feira [28], saiu o laudo da causa da morte, saiu que tinha sido pneumonia bilateral — disse Camila Guedes Correia, mãe da criança, à NSC TV.

A família afirma desconfiar agora inclusive do diagnóstico apontado pelo laudo da morte e busca junto às autoridades competentes a responsabilização dos envolvidos.

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— Era uma criança muito saudável, muito sorridente, muito alegre. E tudo isso acabou por um diagnóstico errado, por falta de exame, de vontade, de pedir um exame… eu não sei — afirmou a mãe.

Laudo indicou morte por pneumonia (Foto: NSC TV/Reprodução)

Hospitais negam negligência no atendimento ao bebê

Em comunicados por escrito à NSC TV, os dois hospitais envolvidos no episódio não mencionaram ter sido feito diagnóstico de gases nem orientado tratamento para isso. O Hospital Florianópolis diz que foram reconhecidos sintomas gripais na criança já na ocasião do primeiro atendimento.

A família reafirmou, no entanto, em contato com o NSC Total, ter em mãos prontuários, receitas médicas e exames que atestam sua versão. Não teria sido indicada medicação alguma para gripe ou pneumonia.

O Instituto Maria Schmitt, organização à frente do Hospital Florianópolis, foi ao encontro em parte do que é relatado pelos pais do bebê, mas divergiu sobre ter ocorrido negligência.

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“O paciente foi recebido para atendimento no HF no dia 23/08 com sintomas gripais, em bom estado geral, sendo liberado com orientações. Em 26/08 foi reavaliado, permaneceu na unidade para realização de radiografias e exames laboratoriais, sendo constatada estabilidade do quadro naquele momento e sendo realizadas orientações para os familiares. Em 27/8, ao retornar, foi constatada a necessidade de encaminhamento ao Hospital Infantil Joana de Gusmão”, escreveu, em nota.

“Toda a equipe do Hospital Florianópolis lamenta profundamente pela perda e reforça que os profissionais desta unidade de saúde adotaram todas as medidas previstas nos protocolos clínicos para o caso”, comunicou também a entidade, que diz ter sido feita tentativa de reanimação na noite da morte.

Já o Hospital Infantil Joana de Gusmão comunicou, também em nota, ter atendido a criança com atenção e zelo. Informou ainda não ter identificado conduta inadequada de seus profissionais no caso.

“A Direção do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) informa que, conforme os registros em prontuário médico, não foi evidenciado nenhuma prática indicativa de negligência, imperícia ou imprudência”, escreveu à reportagem da NSC TV.

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