O nome é conhecido nacionalmente, mas a história permanece oculta para a maioria dos brasileiros. A biografia “Fritz Müller: o gênio desconhecido que pôs o Brasil no centro da revolução científica de Charles Darwin”, escrita pelo jornalista catarinense Evandro de Assis, promete mudar isso. Com revelações sobre a relação do cientista com Hermann Blumenau e documentos inéditos sobre a vida pessoal do alemão, o livro será lançado oficialmente pela Kant Editorial em outubro.

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A pré-venda, porém, já começou.

A obra levou sete anos para ser produzida. Isso porque é fruto de uma pesquisa extensa feita nas horas vagas da carreira de jornalista, que acumula 25 anos de experiência, com prêmios como Esso e Fapesc. É, também, a primeira biografia completa sobre Fritz Müller. O livro já pode ser adquirido antecipadamente na plataforma Catarse , em versões impressa e digital, com apoio a partir de R$ 40.

O livro promete consolidar Müller não somente como um cientista de renome, mas como uma figura central da história catarinense e brasileira do século 19. Mais do que um naturalista alemão, era um homem complexo, inquieto e, finalmente, redescoberto pelo público brasileiro.

(Foto: Divulgação)

Saiba alguns detalhes revelados pelo livro

Em 290 páginas com texto leve e informativo, a biografia traz à tona documentos inéditos, fotos e novos detalhes para remontar a trajetória do naturalista. Além disso, garante que terá uma linguagem acessível ao público leigo em ciências naturais, por ser voltado para as escolas e bibliotecas nacionais.

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Fritz Müller foi um cientista alemão naturalizado brasileiro, que viveu 45 anos em Blumenau e Florianópolis. Ele ajudou Charles Darwin a comprovar a Teoria da Seleção Natural das Espécies e, por isso, é considerado um dos mais originais naturalistas do século 19 pela revista Nature. Contudo, a biografia não se limita ao lado científico do homem. Ela revela um Fritz contestador, colono, professor, político de pouca habilidade, pai, marido, avô e até prisioneiro de guerra.

— A vida de Fritz Müller tem dramas e aventuras dignas de um romance. Ele enfrentou crises econômicas, revoluções, o sofrimento da imigração, o desafio de criar uma família numerosa com poucos recursos, perseguições políticas, guerra civil… Tudo isso enquanto fazia ciência de classe mundial. É muita vida para apenas 75 anos — destaca o autor.

Além das descobertas sobre o pensamento político e ateísmo de Müller, o livro apresenta documentos inéditos, como o registro de nascimento do cientista, cartas sobre a vida em Santa Catarina e informações que ajudam a esclarecer a trágica morte da filha preferida Rosa, em Berlim. Um dos destaques é a nova leitura da relação entre Fritz Müller e Hermann Blumenau. Uma carta de 1855, frequentemente usada para afirmar que o fundador teria “expulso” o naturalista da colônia pelo ateísmo, é contextualizada pelo jornalista.

— Há cartas e artigos em jornal em que Fritz demonstra apreço ao diretor da colônia. Blumenau também depositou confiança nele várias vezes nas décadas seguintes, indicando a posições importantes, como a presidência da comissão de socorro da enchente de 1880. Quando os dois já eram idosos, trocavam livros e plantas. Quer dizer, se eles tinham um problema de relacionamento, disfarçavam bem — explica Assis.

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