O que um rolo de papel higiênico encontrado durante uma faxina e um álbum achado no lixo têm em comum? Bom, apesar da possível resposta em tom jocoso, esses dois acontecimentos têm relevância histórica de Blumenau. Isso porque foi a partir deles que a cidade decidiu recomeçar uma campanha que ocorreu pela primeira vez sete décadas atrás e que tem o objetivo de aumentar o acervo do Arquivo Histórico.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Blumenau e região por WhatsApp
O álbum em questão, por exemplo, foi achado em uma lata de lixo por um senhor. Nele, havia fotos nunca antes vistas de Blumenau nas décadas de 1940 e 1950. O “tesouro”, encontrado em plena Rua Amazonas, foi levado pelo homem até a Rua das Palmeiras, onde está o Arquivo Histórico. Lá, essas imagens que poderiam ter ido para o aterro sanitário, viraram parte da história da cidade.
Já o rolo de papel higiênico foi a história contada pelo NSC Total Blumenau em janeiro deste ano. O objeto guardava nada mais, nada menos, que memórias de um blumenauense preso político em Florianópolis durante a Era Vargas. O rolo foi encontrado durante uma faxina, dentro de uma caixa, e passou a representar um novo olhar sobre aquele período de golpes e contragolpes vividos no Brasil.
Ambos foram os estopins para o relançamento de um novo chamamento à comunidade para o enriquecimento do acervo blumenauense.
Continua depois da publicidade
Incêndio de 1958 motivou primeira campanha
Na noite de 8 de novembro de 1958, o prédio onde funcionava a antiga prefeitura foi completamente destruído pelo fogo. Toda a parte do edifício onde estavam o Fórum, cartórios de Crime, Civil e Comercial, de Órgãos e Ausentes, Tabelionatos, Cartório Eleitoral, Delegacia Regional de Polícia e, também, o Arquivo Histórico Municipal ficou em cinzas.
Isso fez com que documentos e fotos do período da colônia fossem perdidos e motivaram um pedido da prefeitura para que a população fizesse novas doações para recompô-lo. Para se ter ideia, o professor José Ferreira da Silva, que hoje dá nome ao Arquivo Histórico de Blumenau, saiu de porta em porta pedindo por fotos e documentos à comunidade.
Veja fotos de Blumenau na década de 1930
Fotos de família também podem ser doadas
Engana-se quem pensa que apenas imagens icônicas de Blumenau no passado ou fotos de pessoas notáveis é que são aceitas. O Arquivo Histórico destaca que retratos de festas, casamentos, aniversários e até de encontros familiares são bem-vindos. Isso porque essas fotografias, mesmo que sem “famosos” ou pontos turísticos, por exemplo, representam um estilo da época — as roupas, as bebidas, as comidas, os carros que passavam ao fundo, as paisagens, as arquiteturas das casas. Tudo é elemento para ser catalogado e passar a integrar o importante acervo blumenauense.
Todo material doado, explica o Arquivo Histórico, passa por um minucioso processo de conservação preventiva e é, posteriormente, colocado em embalagens sem contato com ar, com umidade, para que ele dure por centenas de anos. Foi desta forma, por exemplo, que sete décadas atrás os documentos recebidos por José Ferreira da Silva se tornaram materiais hoje acessíveis às pessoas.
Continua depois da publicidade
Tudo com um único objetivo: preservar a história e criar uma memória coletiva de Blumenau.
Onde doar
Doações podem ser feitas na própria sede do Arquivo Histórico, na Alameda Duque de Caxias, 64, no Centro de Blumenau — popularmente conhecida como Rua das Palmeiras. O telefone de contato é o (47) 3381-7514 e o atendimento ocorre sempre das 8h às 17h30min. O e-mail é o arquivohistorico@blumenau.sc.gov.br.
Veja fotos de Blumenau na década de 1940
Leia mais
x