Bilhete na geladeira, lembrete no celular, papel dentro da bolsa, nota mental. Não importa a maneira que o blumenauense encontra para lembrar de tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19, o que interessa é que a Secretaria de Promoção da Saúde da cidade tem tido pouco trabalho com quem ignora a segunda aplicação. O público que deixou de tomar o reforço, até o momento, representa 0,32% do total.

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Em Santa Catarina, o percentual chegou a 10% no começo deste mês, quando pelo menos 80.443 pessoas já vacinadas com a primeira dose não haviam retornado para receber a segunda. Na vizinha Indaial, por exemplo, 425 negligenciaram a “D2” — quase 10% do total. A maior cidade do Vale do Itajaí surge na contramão deste cenário. 

Desde que as vacinas contra o coronavírus começaram a ser aplicadas em Blumenau, 111 moradores não procuraram a Vila Germânica, onde está a central de vacinação, para receber a segunda dose do imunizante (D2). Os dados foram extraídos do sistema da prefeitura nesta segunda-feira (21). 

Em um universo de mais de 34 mil que já passaram pelo reforço, o baixo percentual sinaliza, para a vice-prefeita e coordenadora da campanha no município, Maria Regina de Souza Soar (PSDB), que o blumenauense entende a importância de completar a imunização.

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— Quem toma a vacina tem consciência de que precisa das duas doses. O sistema adotado em Blumenau, de já agendar o retorno quando a pessoa procura a Vila Germânica pela primeira vez, contribui para esse case de sucesso — avalia .

E é a tecnologia que tem ajudado as equipes de saúde a localizar os poucos que ignoram a D2. Quando alguém deixa de tomar a segunda dose, o sistema indica a falta e os profissionais do Alô Saúde ligam para o morador. Em caso de dificuldade no contato, a prefeitura faz a chamada busca ativa, que é quando um agente de saúde ou outro servidor vai até a casa da pessoa, explica a vice.

Os motivos das faltas

Nessas ligações o município ouve as justificativas de quem deixou de ir à central de vacinação. A maioria são idosos, que contam terem apresentado sintomas gripais no dia de receber a segunda dose ou que não tinham quem os levasse até a Vila no dia e hora marcados.

Quem não recebe a segunda dose no prazo estipulado deve entrar em contato com o Alô Saúde pelo 156, opção 2, para agendar uma nova data o mais rápido possível.

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Imunização completa depende das duas doses

Os infectologistas Amaury Mielle e Sabrina Sabino alertam sobre a importância das duas doses da vacina. Estudos já começam a mostrar a baixa efetividade do imunizante quando o reforço não é tomado. A segunda picadinha é mais que necessária.

— Toda vacina que precisa ser aplicada em duas doses é porque a segunda é o reforço na produção de anticorpos. Serve para estimular o sistema imunológico a atingir o máximo possível de produção de defesa — explica Amaury.

Com apenas uma dose, o indivíduo não é considerado imunizado, já que a proteção é apenas parcial. Para o “tratamento” ser completo — e eficaz — precisa que as etapas sejam respeitadas rigorosamente. 

— Em outras palavras: a primeira dose prepara teu sistema imunológico para um ataque viral, para evitar que o vírus entre dentro da tua célula, e a segunda vai aumentar a tua imunização — ressalta Sabrina.

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Em Blumenau, 118 mil estão parcialmente imunizados com a primeira dose, de acordo com dados divulgados pela prefeitura nesta terça-feira (22). 

Apenas 34,7 mil receberam as duas doses necessárias.

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