Quando parecia que a história ganharia uma nova página, veio o balde de água fria. Há cerca de dois meses, o governo do Estado disse ter conseguido entrar em um consenso com a empresa responsável pelo prolongamento da Via Expressa em Blumenau e o trecho de pouco mais de três quilômetros que já está quase pronto, entre a BR-470 e a Rua Theodoro Pasold, seria finalizado.

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Os trabalhos que começariam nos “próximos dias”, porém, não passaram de promessa.

As informações da finalização do pedaço inacabado foram confirmadas ao NSC Total pelo secretário de Infraestrutura e Mobilidade (SIE) de Santa Catarina, Jerry Comper, em meados de julho. Agora, manifestando-se apenas por nota, a pasta falou que “a retomada das obras é uma das prioridades da SIE”, mas que “ainda é preciso vencer questões burocráticas”.

O tom desanimador ganhou ainda mais força depois que o próprio governador, Jorginho Mello (PL), disse em coletiva de imprensa durante o aniversário de Blumenau, na semana passada, que nunca prometeu o prolongamento, mas que o deixaria “funcional” no trecho em questão.

— A gente tem que fazer uma obra que consiga emitir a ordem de serviço e honrar o pagamento. Tem que ter licença ambiental, que não tem, tem que estar desapropriada, que não está… Então não é o Estado fazer, primeiro tem que fazer o dever de casa — disparou.

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Desejo distante

O chamado “Acesso Norte” é uma demanda antiga que sempre volta aos holofotes nas campanhas eleitorais. A primeira papelada, com R$ 140 milhões garantidos, foi assinada em 2014 pelo então governador Raimundo Colombo. Falta de licenças, divergências nas contas, investigação do Ministério Público e ausência de projetos e de licitação para 15 viadutos fizeram parte de uma série de percalços.

Como as desapropriações precisavam ser feitas, os trabalhos começaram apenas em 2016. No ano seguinte, que deveria ser o de conclusão, o volume de rochas encontrado foi maior do que o esperado, o que parou as máquinas.

A empresa vencedora da licitação solicitou um aumento no valor por conta do imprevisto e o governo contratou uma medição de referência para indicar a quantidade de pedras presentes no local. A história foi resolvida apenas em 2021, quando houve a assinatura para o reinício das obras. A última paralisação foi em agosto do ano passado, quando a obra esbarrou em questões ambientais.

O que ocorre é que para o prolongamento da Via Expressa chegar à SC-108, a Rodovia Dr. Pedro Zimmermann, o governo terá de recomeçar os trâmites. E isso, claro, demandará tanto tempo que o governo não se arrisca a estipular quanto. Conversas já são feitas com equipes da prefeitura para, em conjunto, gestões estadual e municipal decidirem pela solução. É possível, inclusive, que o projeto mude significativamente o trajeto do prolongamento até a rodovia.

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