Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar quatro pessoas da mesma família envenenadas com arsênio, foi levada à delegacia de polícia de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, para prestar novo depoimento nesta terça-feira (4). Ela exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio e não respondeu aos questionamentos do delegado Marcos Vinícius Veloso. Com informações da GZH.
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A suspeita, que está presa na Penitenciária Estadual Feminina de Torres, chegou na delegacia às 13h52min. Às 14h12min, ela voltou algemada para o porta-malas do veículo. O advogado de Deise, Cassyus Pontes, acompanhou o depoimento.
De acordo com a polícia, o inquérito que apura a suspeita de envenenamento de bolo na véspera de Natal está na etapa final. As autoridades afirmam que não têm outras provas ou depoimentos para fazer. As investigações devem ser finalizadas ainda no mês de fevereiro.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul vai abrir outros dois inquéritos envolvendo o nome de Deise: um para investigar a morte do sogro da suspeita, Paulo dos Anjos, e o envenenamento da esposa dele, Zeli dos Anjos, em setembro de 2024 e outro para apurar a tentativa de homicídio do marido e do filho de Deise, em novembro de 2024, após tomarem um suco de manga envenenado.
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Veja fotos do caso do bolo envenenado
Vítimas do envenenamento do bolo
Três pessoas morreram no dia 23 de dezembro de 2024 ao consumirem um bolo que continha arsênio na farinha. As três vítimas fatais foram identificadas como Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, e Neusa Denise da Silva dos Anjos, de 65. Neusa morreu em decorrência de um “choque pós-intoxicação alimentar”, enquanto as irmãs Maida e Tatiana faleceram por paradas cardiorrespiratórias.
A mulher também é suspeita pelo homicídio do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro de 2024. O corpo dele foi exumado e, na análise, também foi encontrado arsênio. Deise tinha problemas com a sogra e chegou a ameaçar Zeli.
Diego e o filho do casal, supostamente, também chegaram a ser envenenados pela mulher, por meio de um suco de manga. Na amostra de urina de ambos foi encontrado arsênio.
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Prisão e defesa de Deise
Segundo a CNN, Deise, que está presa desde o dia 5 de janeiro, teve a prisão temporária prorrogada no dia 31 de janeiro. A polícia diz não ter dúvidas de que ela é a culpada pelo envenenamento da família do marido a partir da farinha usada para fazer o bolo. Ela também seria a responsável pela morte do sogro, quatro meses antes, também por arsênio.
A irmã de Deise mandou uma carta ao Fantástico rebatendo as acusações. Disse que a polícia já está a condenando antes do julgamento, que ela ajudou os sogros durante e após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, e que Deise nunca foi uma pessoa fácil de lidar, mas que isso não faz dela uma assassina.
Em nota, o advogado da acusada citou a necessidade da presunção de inocência, já que o inquérito ainda não possui relatório final e, em relação aos dados extraídos do celular dela, afirmou que devem ser avaliados no contexto correto no qual estão inseridos.
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