O boom imobiliário de Santa Catarina ganhou destaque nacional nesta terça-feira (22) com a revista Veja, em análise que coloca o estado como protagonista de uma mudança da “geografia da curva de valorização imobiliária“. A consultora do ramo Renata Firpo, colunista da publicação, diz que a atenção do mercado de imóveis no país tem se deslocado para cidades do Litoral catarinense.
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Firpo cita como exemplo disso os resultados mais recentes da pesquisa FipeZAP, que coloca cinco cidades de Santa Catarina no top-10 das que têm maior valorização imobiliária.
Nos últimos 12 meses contados até julho de 2023, Balneário Camboriú teve 21,27% de alta nos preços, maior salto do país. Logo atrás aparecem Itapema (+20,21%) e São José (+20,18%). Itajaí está na oitava posição do ranking (+15,89%) e Blumenau fecha o top-10 brasileiro, com 13,92% de valorização.
Conforme mostrou o NSC Total, a FipeZAP mais recente também identificou que Santa Catarina tem quatro cidades no top-10 das que contam com metro quadrado residencial mais caro: Balneário Camboriú é a líder (R$ 12.335/m²), posto que mantém desde março de 2022; o ranking também tem Itapema (R$ 11.717/m²), Florianópolis (R$ 10.313/m²) e Itajaí (R$ 10.106/m²).
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A colunista da Veja destaca em sua análise o fenômeno de Balneário Camboriú, com arranhas-céus que têm ganhado atenção de milionários, casos de Cristiano Ronaldo e Neymar, que recebeu as chaves de sua cobertura no topo do Yachthouse by Pininfarina e avaliada em R$ 20 milhões na última semana.
Ela ainda atribui a alta dos preços nos imóveis catarinenses aos bons índices socioeconômicos do estado, à escassez de empreendimentos se comparados à alta demanda e também ao padrão das construções.
Atenção nacional
Ao NSC Total, o corretor de imóveis Bruno Cassola, especializado na venda de imóveis com vista-mar em Balneário Camboriú, afirma haver um processo nos últimos anos de nacionalização do interesse pelo mercado imobiliário catarinense. Ele diz ver isso a partir da mudança de perfil dos compradores.
— A gente vendia mais para um mercado regional. Depois começou com Mato Grosso. Paraná já comprava bastante. Vimos que esses clientes antigos foram ultrapassados por novos clientes, agora de São Paulo, por exemplo. A maioria dos clientes não é daqueles que já frequentavam Balneário. Hoje tenho um maior número de clientes de fora, que nunca pisaram em Balneário, mas que viram na mídia, estudaram um pouco o mercado imobiliário e buscam qualidade de vida — diz Cassola.
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Analista do DataZAP, que formula a pesquisa de imóveis da FipeZAP, a economista Larissa Gonçalves avaliou, em entrevista recente à NSC TV, que antigas cidades líderes do ranking de metro quadrado mais caro do país, alocadas no Sudeste, têm um mercado imobiliário mais consolidado se comparado ao de Santa Catarina, o que ajuda a explicar essa nova “geografia de valorização”.
— Quando a gente olha para São Paulo e Rio de Janeiro, a gente tem que considerar que são mercados imobiliários mais maduros, então, na média, eles se mantêm muito mais estáveis que esses outros mercados que tiveram reforços de investimentos recentes e têm valorização concentrada.
Ela concordou ainda com a avaliação de que indicadores socioeconômicos também sinalizam o motivo do apelo das cidades do Litoral de Santa Catarina em destaque no FipeZAP.
— O que todas elas têm comum são amenidades que atraíram as pessoas durante o período pandêmico, principalmente no quesito qualidade de vida e em tipos de emprego, como os da área de tecnologia.
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