O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta segunda-feira (4) que o Brasil entre com uma consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Porém, antes de ser formalizada, a medida deve passar pela decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do g1.

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Lula irá definir como e quando o país deve acionar formalmente a Organização Mundial do Comércio, organismo internacional que regula o comércio global. A informação foi confirmada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

— O conselho de ministros da Camex aprovou o Brasil entrar com a consulta na OMC. Então está aprovado pelo Conselho de Ministros da Camex, e agora o presidente Lula vai decidir como fazê-lo e quando fazê-lo — disse Alckmin.

A consulta à OMC é o início do processo formal que contesta medidas comerciais. Se não houver entendimento na fase inicial, o Brasil pode pedir a instalação de um painel de arbitragem no órgão.

Tarifas entram em vigor na quarta-feira (6)

O presidente dos EUA, Donald Trump anunciou tarifas de 50% para produtos brasileiros como suco de laranja, carne e aço. A medida entra em vigor no próximo dia 6 de agosto.

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O vice-presidente Alckmin afirma que o governo tem dialogado com os setores afetados.

— Já fizemos uma reunião com o setor do agro e vamos fazer outra amanhã. Estamos ouvindo os setores e trabalhando para defender os interesses do Brasil — afirmou.

A secretária-executiva da Camex, Mariana Assis, disse também que a mesa de negociações com os americanos foi parcialmente esvaziada já que alguns produtos foram isentos das tarifas em anúncio feito na última semana.

— A mesa diminuiu porque alguns setores foram excluídos, por causa da exceção do tarifaço — explicou.

Ministro das Relações Exteriores condena “conluio”

Em uma plateia de diplomatas, que comemoravam o aniversário de 80 anos do Instituto Rio Branco nesta segunda-feira (4), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou o que chamou de “conluio” entre brasileiros e forças estrangeiras em uma tentativa de atacar instituições e a soberania do Brasil.

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Ele afirmou que “saudosistas declarados do arbítrio”, em uma referência ao golpe militar de 1964, e “amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional”.

Sem mencionar as tarifas aos produtos brasileiros e as sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ele defendeu ser “preciso firmeza e inteligência na defesa dos interesses brasileiros”.

O ministro ainda disse que em um “ultrajante conluio”, brasileiros e forças estrangeiras teriam se mobilizado para orquestrar ataques à democracia brasileira.

— Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras. Nesse ultrajante conluio, que tem como alvo a nossa democracia, os fatos e a realidade não importam para os que se erigem em veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras — declarou.

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