A BRK e o Samae assinaram o quinto aditivo ao contrato de concessão do esgotamento sanitário de Blumenau. O novo documento oficializa a mudança na forma como a cobertura na coleta e tratamento de efluentes será ampliada. Também promete pôr fim a entraves que se arrastam há anos, como as obras não executadas do Troca-PAC e Funasa e a dificuldade com os imóveis abaixo do nível da rua.

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O aditivo estabelece que 60% da cidade tenha cobertura com rede coletiva (tubulação instalada na rua) e 40% com sistema individual (fossa e filtro). A grande novidade é que a BRK passa a ser a responsável por fazer a limpeza com caminhões de coleta de esgoto nos imóveis com o sistema individual. A cobrança para esses pode ser até 30% mais barata do que para quem está ligado à rede coletiva.

As regiões onde não haverá rede coletiva e será feita a limpeza das fossas com caminhões foram definidas entre a BRK e o Samae. São, principalmente, localidades com áreas territoriais grandes, mas com poucos moradores, onde passar a tubulação seria muito caro diante da quantidade de habitantes. É o caso, por exemplo, de partes da Vila Itoupava, no extremo norte de Blumenau.

O contrato de concessão foi prorrogado por mais 10 anos, e se estende, agora, até 2064.

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Alívio nos cofres do Samae

O aditivo também resolve, ao menos no papel, a questão do chamado Troca-PAC e Funasa. Essa era uma área de 317 quilômetros em que o Samae deveria ter implantado rede de esgoto até maio de 2020, mas que nunca saiu do papel. Agora, a autarquia tem o compromisso de executar cerca de 80 quilômetros. O restante será atendido com a limpeza anual da BRK na fossa e filtro da casa.

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Na prática, essa mudança vai representar uma economia expressiva aos cofres do Samae. Isso porque para fazer os 317 quilômetros, seriam necessários cerca de R$ 500 milhões. Agora, para os possíveis 80 quilômetros, o valor cai para R$ 150 milhões. Além disso, o prazo para tirar as obras do papel foi prorrogado e deve ocorrer entre 2035 e 2045.

Meta de universalização

O novo cronograma estabelecido no aditivo prevê que em cinco anos, ou seja até 2029, Blumenau alcance 100% da cidade com coleta e tratamento de esgoto. Inicialmente, o contrato entre BRK e Samae previa 90%. Se a projeção se confirmar, a cidade vai superar o Marco do Saneamento Básico, que estabelece 90% de cobertura do serviço em 2033. Com o cronograma anterior atrasado e a previsão de que os 90% precisavam ser de rede coletiva, não seria possível chegar à meta nacional dentro do prazo.

Atualmente, a cidade está com 48% de cobertura, mas conforme o cronograma anterior deveria estar em 84%, contemplando cerca de 291 mil moradores. A defasagem vem se acumulando desde 2020, ano da pandemia da Covid-19. Grandes obras de implantação de tubulação, por exemplo, pararam de acontecer no fim do ano passado, conta Cleber Renato Virgínio da Silva, diretor da BRK.

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Como vai funcionar serviço da BRK de limpa fossa em Blumenau onde não houver rede de esgoto

Evolução prevista da cobertura do serviço (Fonte: Samae Blumenau)

Nesta semana, a BRK estará na Caixa Econômica Federal para encaminhar um empréstimo de R$ 309 milhões para obras de rede de esgoto. O valor já estava autorizado, mas dependia da assinatura do aditivo. A expectativa é que a primeira parte do valor seja liberada ainda em maio para contratação dos projetos executivos. Mas quando as obras voltam, de fato, para as ruas? A expectativa da concessionária é para o terceiro trimestre de 2025.

Em 2010, quando a BRK chegou a Blumenau (como Foz do Brasil), a empresa já havia feito um empréstimo de R$ 212 milhões justamente para começar a implantação da rede.

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A solução de um problema

Outro problema que deve ser solucionado com o novo aditivo é o caso dos imóveis abaixo do nível da rua — chamados de soleiras negativas. Até então, o morador precisava implantar um sistema de bombeamento que jogasse o esgoto para a tubulação que passava na rua, o que gerava um custo por vezes muito alto para o cidadão.

Agora, esses imóveis podem optar por receber a BRK anualmente com o caminhão de limpa fossa e pagar por esse serviço.

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Fotos mostram como era Blumenau antigamente