O Brusque Futebol Clube divulgou uma nova nota na tarde desta segunda-feira (30) pedindo desculpas pelo comunicado sobre racismo publicado na noite deste domingo (29), em que acusa o jogador Celsinho, do Londrina, de “oportunismo”. O texto cita que a declaração anterior havia sido um “momento infeliz”.

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O comunicado anterior, que até as 16h15min seguia no site oficial do clube, provocou indignação em todo país. No texto, a diretoria nega o caso de racismo envolvendo um dirigente e ameaça processar o jogador da equipe paranaense. A nota ainda lembra outros casos de racismo envolvendo Celsinho para, segundo o Brusque, justificar uma “perseguição”.

O novo comunicado da equipe catarinense estende o pedido de desculpas aos torcedores, simpatizantes, patrocinadores e imprensa. O clube também reconhece que teve um pensamento equivocado.

“Esperamos que entendam esse momento infeliz que estamos vivendo, cabe a nós, humildemente reconhecer o erro da nota anterior e pedir desculpas mais uma vez ao atleta Celsinho e a compreensão de todos”, diz parte da nota.

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Ao fim o clube diz que vai apurar os fatos e que tomará todas as medidas cabíveis diante do ocorrido.

Confira a nova nota na íntegra

“O Brusque Futebol Clube diante do ocorrido vem respeitosamente pedir desculpas ao atleta Celso Honorato Junior pelo transtorno causado a sua pessoa, a nossa torcida, simpatizantes, patrocinadores e imprensa devido ao nosso posicionamento equivocado.

Nosso Clube sempre foi e será contra qualquer tipo de diferença ideológica, crença, raça ou gênero, possuímos uma história constituída pela responsabilidade, respeito, transparência e muito trabalho.

Esperamos que entendam esse momento infeliz que estamos vivendo, cabe a nós, humildemente reconhecer o erro da nota anterior e pedir desculpas mais uma vez ao atleta Celsinho e a compreensão de todos.

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O Brusque FC tomará todas as medidas cabíveis diante do ocorrido e vai apurar os fatos”.

O caso

Durante a partida entre Brusque e Londrina, neste sábado (28), pelo Campeonato Brasileiro da Série B, o jogador Celsinho, do Londrina, acusou um membro da equipe do Brusque de racismo. Segundo ele, uma pessoa que estava no camarote do estádio Augusto Bauer teria o chamado de “macaco” no primeiro tempo da partida.

No intervalo, o meia do time paranaense chamou o quarto árbitro e relatou o ato de racismo, inclusive apontando e identificando a pessoa no camarote do clube catarinense. Em entrevista ao SporTV, Celsinho desabafou sobre o caso.

— É lamentável, ainda mais se tratando de um ato desses mais uma vez. É inadmissível. Uma equipe de porte médio baixo, recém promovida a uma Série B de Campeonato Brasileiro, cometendo um ato desses. É inadmissível, mas as providências serão tomadas — afirmou.

Celsinho ainda criticou o número de pessoas presentes no camarote do Augusto Bauer durante a partida. O meia disse que não entende o motivo para tantas pessoas estarem no local, sendo que a presença de torcedores ainda não está liberada nos estádios brasileiros.

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Celsinho, jogador do Londrina, aponta o autor do comentário racista
Celsinho, jogador do Londrina, aponta o autor do comentário racista (Foto: Beno Küster Nunes/Agif/Gazeta Press)

Jogadores do Brusque se manifestam

Jogadores do Brusque FC usaram as redes sociais para se manifestar contra o racismo após a polêmica nota divulgada sobre o caso de racismo denunciado pelo jogador Celsinho, do Londrina, na última partida do clube catarinense pelo Campeonato Braisleiro Série B.

O atacante Edu, artilheiro da Série B com 23 gols, postou uma imagem em que uma pessoa negra aperta a mão de outra pessoa branca. A foto ainda traz a seguinte mensagem: “Diga não ao racismo”.

Além de Edu, o atacante Diego Mathias também compartilhou a imagem. O lateral Edílson também chegou a replicar a foto no Twitter, mas a conta dele foi apagada horas depois. O ex-jogador do Brusque, Daniel Gonçalves, que se transferiu para o futebol do Kosovo em junho, também compartilhou a foto.

Do outro lado

Em janeiro deste ano, durante uma partida válida pela Série C do Campeonato Brasileiro, contra o Vila Nova, o Brusque estava do outro lado da polêmica.

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O jogador Jefferson Renan acusou um dirigente do clube goiano de racismo. Segundo o atleta, o homem teria chamado o chamado de “macaco” após um lance na metade do segundo tempo de jogo.

A injúria racial foi relatada pela assessora de imprensa do Brusque, que estava na beira do gramado e afirmou ter escutado o xingamento e o caso chegou a parar na delegacia.

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