Quem passa pela portaria da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Joinville, logo se depara com um guarda de quatro patas abanando o rabo. O Nino, um cachorro sem raça definida, virou mascote da instituição após chegar de mansinho e conquistar o coração de estudantes e servidores há cerca de um ano. O animal é incluído até no happy hour que acontece todas as quintas-feiras no bar em frente à instituição.

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O cachorrinho simpático é xodó dos alunos que frequentam os blocos A, B e C, próximos da entrada da universidade. O servidor técnico administrativo Tiago César Vignola conta que é comum encontrar o Nino dentro de uma sala de aula assistindo a alguma aula ou deitado pelos corredores nos intervalos. Inclusive, a cama do animal fica no próprio bloco B, com cobertores quentinhos e brinquedos.

— Você passa, dependendo do horário, ele está todo “prosa” ali passeando, abanando o rabinho. Ganha coisinha daqui, ganha coisinha dali. Vai desestressando os alunos também, né? Isso daí para eles é uma coisa que  humaniza e deixa eles mais alegres. Eles esquecem um pouco a universidade, aquele momento ali de só estudar, e têm um parceiro — conta.

Veja fotos do Nino, o cão comunitário da Udesc Joinville

Quando Nino chegou na Udesc, há aproximadamente um ano, todos achavam que ele já era bem idoso, pois era bem tranquilo e não latia. Aos poucos, foi conquistando o próximo espaço e, quando todos perceberam, ele já tinha até a própria cama. 

—  O Nino que escolheu a Udesc, não foi a gente que escolheu ele. Ele chegou aqui, ele ficou e foi se aconchegando — afirma Tiago.

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O servidor também conta que Nino já foi quase atropelado em algumas ocasiões já que, além de adorar ficar na portaria, ao lado da passagem de carros, também tem problemas auditivos e não consegue ouvir alguns barulhos. Por conta disso, as roupas do cachorro geralmente são feitas de tecidos refletivos, para que os motoristas possam identificá-lo mesmo no escuro.

Cuidados com o Nino

O mascote da Udesc Joinville também é conhecido como cachorro comunitário, pois toda a comunidade acadêmica se envolve nos cuidados com o bicho. Descansando durante o dia na guarita ao lado das servidoras terceirizadas ou andando pelos corredores, Nino sempre ganha um carinho de quem passa por ele. 

Além disso, o animal é incluído em mais atividades da rotina dos estudantes. Toda quinta-feira, Nino é um dos participantes do happy hour que acontece no bar em frente à Udesc, fazendo companhia a todos.

Além disso, o guarda de quatro patas também auxilia nas rondas pelo campus, mas só acompanha os vigilantes de quem gosta mais.

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— Ele faz ronda junto com os guardas, porque os guardas têm a rotina de rondas e ele vai junto. Mas vai direitinho com quem escolhe, são aqueles vigilantes específicos — revela Tiago.

Nino não é primeiro amigo de quatro patas dos estudantes 

Conhecida como a atlética da “cachorrada” em referência aos “aumigos”, a Udesc já foi lar de outros cachorros ao longo dos anos. O mais famoso deles foi o Udescão, que tinha a fama de atravessar as ruas somente quando o semáforo ficava livre para os pedestres. 

— Ele parava, sentava e esperava o sinaleiro fechar. Quando ficava verdinho para o pedestre, ele atravessava a rua — relembra o servidor.

Durante um dos seus passeios pela região, o cachorro foi atingido por um carro e não resistiu aos ferimentos. A lápide do animal foi construída às margens do lago da universidade.

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Nina e Verruga é outra dupla de cachorrinhos que marcaram a instituição e estão na memória de egressos. Entre brincadeiras de uma aula e outra e um carinho às pressas na saída, os alunos eram envolvidos nos cuidados com os pets.

Apesar dos cuidados diários durante oito anos, Nina morreu após problemas cardíacos. Estudantes chegaram a se mobilizar em uma “vaquinha” para comprar um marca-passo, mas a cachorrinha não resistiu até a chegada do aparelho. Já Verruga foi adotado por uma família e morreu depois de algum tempo, por já ser idoso.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira

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