O pequeno Abomi sofreu nas ruas de Jaraguá do Sul antes de encontrar a doce e amorosa família Grümm/Mulhall. O gato foi localizado com graves problemas de saúde e resgatado por uma ONG da cidade do Norte catarinense. O quadro do gatinho era tão instável, que a pata esquerda traseira precisou ser amputada. A partir daí, iniciou-se um longo processo de recuperação até a instalação de uma prótese produzida por profissionais de um hospital veterinário.

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Problemas e amputação

Abomi foi encontrado abandonado em um terreno baldio de Jaraguá do Sul. A aparência do animal preocupou um morador, que pediu ajuda ao grupo de proteção Bigodes e Ronrons, que fez o resgate. O bichano foi levado até o Hospital Veterinário Duhan Tamys que iniciou um tratamento intensivo para salvá-lo.

De acordo com a unidade, Abomi estava muito magro, debilitado e com ferimentos graves. A patinha esquerda estava dilacerada e em estado de necrose. Por isso, o membro precisou ser amputado para que a vida de Abomi fosse salva.

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“Ao invés de optar pela amputação alta — onde todo o membro é retirado — nós escolhemos um caminho diferente: preservar o osso da tíbia e desenvolver algo inovador: uma prótese”, compartilhou o hospital nas redes sociais.

A partir disso, foi confeccionado um implante ortopédico, uma endoprótese, em que parte do dispositivo fica na parte interna, fixada ao osso, e outra parte na parte externa. Segundo a equipe veterinária, foi utilizada uma placa com parafusos fixada à tíbia, permitindo o encaixe do novo “pezinho”.

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Como Abomi chegou à família jaraguaense

Anne Marie, Felipe e Amélie, a família Grümm/Mulhall, conheceu Abomi por meio de uma publicação no Instagram da ONG Bigodes e Ronrons, em outubro de 2024. A foto do bichano logo encheu o coração da família de alegria, já que, duas semanas antes, havia perdido o gatinho Zion — devido a complicações da doença FeLV, conhecida como a leucemia dos gatos, que atingiu sua saúde, de três irmãos e da mãe, que também morreram meses antes.

— E aí eu mandei pro meu marido, eu falei: “olha a cara desse gato”. Ele tinha uma cara assim muito de malvado, sabe? E aí ele falou: “tu quer adotar?”. Eu falei: “eu quero” — conta Anne Marie.

A advogada diz que Abomi não chegou à família como um substituto dos cinco gatos perdidos, mas sim como um acalento em meio ao luto. Anne Marie revela que em pouco tempo ela, seu marido e filha se tornaram totalmente apaixonados por Abomi. Segundo ela, Abomi reúne um pouco da personalidade de cada um dos outros gatos.

— A gente tem esse apego com ele, tanto eu, quanto meu marido. Minha filha é apaixonada nele, ele é apaixonado nela. Ele dorme encostado com ela, dorme encostado no meu marido. E então a gente tem essa relação de pai e mãe de pet com ele. Como a gente tinha com os demais. Um apego, um carinho, admiração, orgulho, porque ele é extremamente forte — conta.

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Novos desafios

Anne Marie descreve Abomi como um “símbolo de força”. Após meses estável, o bichano voltou a ser internado no último mês. Foi descoberta uma infecção na pata que recebeu a prótese, e há suspeita de que ele tenha um tumor no baço e seja FeLV positivo.

Anne falou, em entrevista ao NSC Total, sobre a esperança para a melhora do quadro de saúde de Abomi e o desejo de contar sua história de superação para o mundo.

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