Vista como uma fruta tropical inofensiva e muito popular no Brasil, a carambola esconde um perigo que pode ser fatal. A fruta pode causar intoxicação grave em pessoas com problema nos rins e, em casos raros, levar à morte.
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De acordo com estudo da Universidade de São Paulo (USP) publicado na revista Nephrology Dialysis Transplantation em 2003, uma série de pacientes com insuficiência renal vinculou ingestão de carambola a quadro de intoxicação neurológica e renal.
Além disso, houve registros de óbitos em séries de casos publicados anteriormente.
Por que isso acontece
A carambola contém duas substâncias relevantes: ácido oxálico (que pode prejudicar os rins) e uma toxina descrita como caramboxina, capaz de agir no sistema nervoso central.
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Em pessoas com função renal comprometida, a caramboxina não é adequadamente eliminada e se acumula, provocando sintomas que vão de soluços persistentes a confusão, convulsões e coma.
Estudos experimentais e análises químicas feitas na USP em 2013 confirmaram a presença da caramboxina e elucidaram mecanismos de neurotoxicidade e nefrotoxicidade.
Em quais situações a carambola representa risco à saúde
O principal grupo de risco são pacientes com doença renal crônica (incluindo aqueles em diálise). Nessas pessoas, não existe quantidade segura comprovada, recomenda-se evitar totalmente a fruta e seu suco.
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Casos graves também foram relatados em pessoas sem doença renal prévia após consumo em grande quantidade, principalmente se em jejum ou desidratadas.
Em jejum, o ácido oxálico pode causar lesão renal aguda, segundo relatório da National Kidney Foundation (NKD), ONG americana dedicada a prevenção de doenças renais.
Existem casos de morte pela fruta no Brasil desde a década de 1990 que documentam intoxicações em pacientes urêmicos, com casos que evoluíram para convulsões e óbito em algumas séries.
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A literatura médica internacional também descreve episódios fatais ligados ao consumo da fruta, sobretudo entre indivíduos com função renal muito reduzida.
Quais sintomas devemos ficar atentos
Um estudo da Universidade Estadual Paulista feito em 1990 revelou que os primeiros sinais típicos incluem soluços persistentes, náusea, vômitos e fraqueza.
Podem progredir para confusão mental, agitação, convulsões e perda de consciência. Em quem tem história renal, qualquer sintoma neurológico ou soluço incomum após ingestão justifica busca imediata por atendimento médico.
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Hemodiálise e medidas de suporte são abordagens usadas em intoxicações graves.
Como comer carambola da forma segura
Para pessoas com rins normais, o consumo moderado da fruta inteira (uma porção ocasional) é geralmente seguro; evitar grandes volumes de suco concentrado é prudente. Para quem tem doença renal crônica, a orientação é não consumir carambola de forma alguma.
Em caso de dúvida sobre função renal, como idade avançada, diabetes, hipertensão, uso crônico de anti-inflamatórios, a NKD recomenda consultar um médico antes de consumir a fruta.
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