Carlos Bolsonaro deixa o cargo de vereador para cumprir o prazo mínimo de seis meses de domicílio eleitoral exigido para disputar o Senado em Santa Catarina (Foto: Renan Olaz, CMRJ, Divulgação)
Um dia após renunciar ao cargo de vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL) afirmou, em postagem nas redes sociais nesta sexta-feira (12), que sua ida para Santa Catarina representa uma “missão” por uma “causa maior”. A mudança abre caminho para a disputa ao Senado em 2026 pelo Estado.
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Na postagem, Carlos afirma ter deixado para trás “no mínimo mais três anos de tranquilidade” caso optasse por seguir no mandato. “Após 25 anos de vereança, cumprindo uma missão e servindo a uma causa maior, sempre coloquei o trabalho acima de qualquer vaidade”, escreveu.
“Hoje, abro mão de dois recordes históricos de votação para dar continuidade ao nosso propósito – agora em um novo capítulo, alinhado com os anseios do Brasil que acreditamos e defendemos”, continuou.
O vereador também citou uma frase associada ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro: “Como meu Pai sempre disse: ‘Santa Catarina é o Brasil que deu certo!'”
Ao justificar a mudança, Carlos afirmou assumir “novos compromissos” em SC com a intenção de “elevar ainda mais o legado” do ex-presidente. Disse ainda que pretende representar “com mais força” os “verdadeiros interesses do Brasil”.
A saída do cargo foi oficializada na quinta-feira (11), durante sessão da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. No plenário, Carlos chamou disse que vinha cumprir um “chamado” em SC.
– Vou para Santa Catarina para cumprir um chamado que não poderia realizar aqui pois fiz uma escolha sempre guiada pelo meu coração. Uma que me levou a um Estado que sempre amei e sempre fezparte da minha vida. Não é uma fuga, é a continuidade de uma luta.
Agora, Carlos deve se mudar para Santa Catarina para cumprir o prazo mínimo de seis meses de domicílio eleitoral exigido para disputar o Senado pelo Estado.
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Quando Carlos deve se mudar para SC?
Em entrevista ao colunista do portal Metrópoles Paulo Capelli, em 19 de novembro, Carlos disse que pretendia mudar o domicílio eleitoral para São José, na Grande Florianópolis. Atualmente, o título de eleitor dele permanece no Rio, mas ele precisa transferir o documento para Santa Catarina até o começo de abril do próximo ano, se quiser concorrer ao Senado pelo Estado em 2026.
Entenda o impasse sobre Carlos Bolsonaro em SC em 12 fotos
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Jair Renan em SC: Carlos Bolsonaro não foi o primeiro filho do ex-presidente a migrar para SC. Em março de 2024, Jair Renan se filiou ao PL e anunciou a pré-candidatura a vereador de Balneário Camboriú, cargo para o qual foi eleito (Foto: Arquivo NSC)
O plano de Carlos em SC: a primeira vez em que membros da família Bolsonaro admitiram o plano de Carlos Bolsonaro concorrer ao Senado por um estado que não o Rio de Janeiro, incluindo SC e MT entre as opções, foi em julho de 2024 (Foto: Alan Santos, PR)
Carol e Júlia? Até início do ano, PL tinha as deputadas federais Carol de Toni e Júlia Zanatta como pré-candidatas ao Senado. Bolsonaro chegou a citá-las como nomes que apoiaria em entrevista. Cenário mudou após aproximação de Carlos com SC (Fotos: Arquivo NSC)
Articulação sobre João Rodrigues: antes de encampar pedido por Carlos, Jair Bolsonaro chegou a afirmar “ainda ter esperança” de ter prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), como candidato a senador na chapa de Jorginho Mello. Prefeito, no entanto, mira o governo (Foto: Reprodução)
Reação de entidades: os planos de Carlos Bolsonaro para concorrer em SC geraram reações de entidades. A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou nota afirmando que o Estado não precisa “importar candidatos” (Foto: Reprodução)
Chegada de Carlos a SC: vereador do Rio, Carlos Bolsonaro debutou no Estado ao participar de protestos em favor da anistia em Criciúma (foto) e Florianópolis, no início de agosto. Dias depois, Jair Bolsonaro teve prisão domiciliar decretada (Foto: Reprodução)
Gestos a Amin e risco a Carol: aproximação de Carlos Bolsonaro com SC coincidiu com sinais do governador Jorginho Mello de que deseja ter Esperidião Amin (PP) na chapa como candidato a senador, para atrair os partidos PP e União Brasil (Fotos: Arquivo NSC)
Onda de apoio a Carol: com Carlos e Amin como favoritos, o espaço para a candidatura ao Senado de Carol de Toni passou a se fechar, mas uma onda de apoio à deputada se formou, com manifestações até mesmo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Jornada de Carlos por SC: Carlos Bolsonaro iniciou uma jornada por mais de 10 cidades de Santa Catarina. Nos encontros, aproximou-se de Carol de Toni e passou a defender uma chapa “pura” do PL, com Carol e Carlos como candidatos ao Senado (Foto: Reprodução)
Visitas a Bolsonaro: com visita autorizada pelo STF, o governador Jorginho Mello visitou Jair Bolsonaro na casa dele, em Brasília, discutiu a chapa ao Senado e definiu que cada um indicaria um nome. Carol de Toni e Amin também visitaram Bolsonaro no último mês (Foto: Reprodução)
Ana Campagnolo x Eduardo Bolsonaro: deputada estadual comentou possível chapa com Carlos Bolsonaro e defendeu Carol de Toni, que segundo ela poderia até ter de mudar de partido. Eduardo Bolsonaro respondeu com críticas à catarinense (Fotos: Arquivo NSC)
Racha no Bolsonarismo: a troca de farpas desencadeou um debate público no PL, com manifestações contra e a favor do projeto de Carlos Bolsonaro em SC. Nomes como Flávio Bolsonaro e Jorge Seif fizeram publicações em defesa de Carlos (Fotos: Arquivo NSC)