Os carros elétricos estão ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro, e esse cenário deve ficar ainda mais intenso a partir de 2026. Isso porque os veículos eletrificados devem ter uma redução considerável nos preços.
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O mercado nacional de carros elétricos é composto, na maioria, por importados, o que naturalmente eleva os custos, principalmente pelos encargos logísticos, tarifas e impostos. No entanto, o rápido avanço e a agressiva entrada de novas marcas no país, especialmente as asiáticas, já têm pressionado os preços. Modelos 100% elétricos estão competindo com veículos híbridos e até mesmo com SUVs a combustão, tornando a tecnologia elétrica acessível a uma parcela cada vez maior da população.
O próximo ano deve marcar o início de uma virada ainda maior, impulsionada principalmente por decisões governamentais e por estratégias das próprias montadoras. Para o Governo Federal, a redução gradual de incentivos e a reintrodução de impostos visam estimular a produção local e a transferência de tecnologia. Já para as fabricantes, a ameaça de perder competitividade vai forçar o investimento na nacionalização de componentes e na construção de fábricas no Brasil. É essa concorrência que deve causar uma queda considerável nos preços dos carros elétricos no país.
Os motivos para a queda de preços dos carros elétricos
O principal fator de redução nos preços de venda dos carros elétricos, como vimos, é uma iniciativa do Governo Federal. Pode parecer contraditório, mas é uma medida que vai aumentar os impostos.
O Governo Federal decidiu pelo encerramento da Insenção de Imposto de Importação (II) para veículos elétricos e híbridos. No entanto, essa reintrodução será gradual e escalonada. Para os veículos 100% elétricos (BEV), a alíquota, que estava zerada, será elevada periodicamente até atingir 35% em julho de 2026. Essa política cria uma “janela de oportunidade” para as montadoras. Em vez de pagar a alíquota completa, as empresas serão fortemente incentivadas a cumprir cotas de produção e a nacionalizar suas linhas.
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Se por um lado haverá aumento gradativo nos impostos para importação, por outro o Governo busca formas de incentivar a produção nacional. E é nesse cenário que gigantes do setor como a BYD, que inaugurou fábrica no país recentemente e já projeta novas instalações para o próximo ano, vão se beneficiar. Ao transferir as linhas de montagem e a fabricação de componentes para o Brasil, as empresas conseguem driblar a alta do imposto de importação e eliminar custos significativos com logística e câmbio.
Essa produção local não só gera empregos, como também reduz o custo final da bateria e do veículo para o consumidor brasileiro. O resultado direto desse movimento é uma oferta maior de modelos fabricados no Brasil, e naturalmente uma redução no preço final ao consumidor.
Redução nos custos de produção de bateria
O principal fator que hoje encarece um carro elétrico é o pacote de baterias, que é o coração e o componente mais caro do veículo. O mundo está vivendo uma verdadeira revolução na produção desses componentes. Com o aumento da demanda global por eletrificados, as fábricas de baterias estão produzindo em volumes jamais vistos, o que naturalmente leva a uma redução no custo unitário de fabricação.
Trata-se de uma lei básica de mercado: quanto mais se produz, mais barato fica o processo. Essa tendência de queda de custos na Ásia e na Europa se propaga por toda a cadeia de suprimentos, beneficiando diretamente os modelos vendidos no Brasil.
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O reflexo desse barateamento global é imediato no preço de venda dos veículos no mercado nacional. À medida que as montadoras conseguem comprar as baterias por um preço menor, elas têm mais margem para repassar essa economia para o consumidor. Além disso, a busca incessante por baterias mais eficientes e de menor custo garante que essa pressão por preços menores se mantenha ao longo dos próximos anos.





