Um casal de Santa Catarina foi sequestrado e ficou mais de 12 horas em um cativeiro nesta quarta-feira (6), em São Paulo. Os dois foram ameaçados e obrigados a fazer transferências bancárias via Pix aos suspeitos. As informações são do g1 SP.

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— Falaram que iam dar tiro no pé. Que iam dar tiro na mão. Andando com faca na mão. Tudo era ameaçador. Que ia acabar comigo. Que ia separar eu da minha esposa. Quem tá lá dentro, só pensa besteira, né? — diz uma das vítimas, que é motorista de caminhão. 

Ele estava com a esposa no momento da abordagem. Outro motorista também foi rendido pelos suspeitos e teve de dar dinheiro para o grupo. Os três foram atraídos para um cativeiro, na Zona Norte, depois de caírem em um golpe do falso aplicativo de transporte de cargas. 

Ao chegar no local combinado, no entanto, ao invés de encontrarem os produtos, eles foram recebidos pelos sequestradores, que estavam armados. Os motoristas e a esposa de um deles foram liberados, e um suspeito já foi preso pela Polícia Militar. 

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“Eles só queriam dinheiro”

De acordo com um dos motoristas, que é de Santa Catarina, após fazer uma entrega na grande São Paulo, ele e a esposa entraram em um aplicativo de frete para buscar um novo trabalho. O objetivo era retirar uma carga em São Paulo e entregá-la na região Sul. 

Eles, então, receberam a oferta de Jaguaré, na Zona Norte. Mas, ao chegar no local para buscar a mercadoria, foram surpreendidos pelos suspeitos. 

— Seria um frete bom, peso bom. Chegando lá, em questão de cinco minutos, que encostei pra avisar que estava chegando, aí foi na hora que eles me abordaram e me levaram pro cativeiro — disse a vítima. 

O homem, que não quis ser identificado, disse ao g1 que os suspeitos pediam dinheiro a toda a hora. 

— Eles queriam a senha: “Senha, senha, senha”, e comecei a ficar nervoso, que estava com a minha esposa. Eles só queriam só o dinheiro. Que o caminhão ia aparecer. Que o celular iam devolver. Que eles só queriam só o dinheiro — conta. 

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Grupo fez outra vítima 

Após sequestrar o casal, outro caminhoneiro caiu no mesmo golpe. O intervalo entre os dois casos foi de três horas. No cativeiro, o homem teve que transferir mais de R$ 9 mil para a quadrilha. 

— Eu peguei o anúncio, liguei. Discutimos o frete. Acertei o frete. A princípio, era de Cabreúva a Rio Verde, Goiás. Depois eles mudaram, que era aqui em Caieiras. Aí me passaram a localização. Eu vim pra cá. Parei no local que ele falou. Aí ele já botou a arma nas minhas costas e me empurrou pra dentro do carro. Aí levou pro cativeiro. Quando foi nove horas da noite, eles falaram: ‘De cabeça baixa. saindo todo mundo de cabeça baixa’. Aí puseram a gente num furgão, todo fechado. Jogou na traseira lá, né? E nos deixou lá debaixo do viaduto do rodoanel — detalha. 

Segundo a Polícia Militar, um dos integrantes do grupo foi preso. Ele era o responsável por fornecer a conta bancária para as transferências. Depois, ele dividia o dinheiro entre os demais membros. O cativeiro foi descoberto após denúncias. 

— Chegamos lá, fomos recebidos pelo rapaz. E ele confessou — explica o sargento Bruno Arruda da Silva, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).

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Feito de refém com a esposa, o motorista agora deseja segurança para trabalhar: 

— Nós não valemos nada, cara. Tu pensa em família. Tu pensa em filho. Tu pensa em mãe. Tu pensa em todo mundo nessas horas e fala assim: “O que será o fim disso?” — falou o motorista que foi feito refém com a esposa.

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