O caso do empresário achado morto em um buraco de obras do Autódromo de Interlagos, em São Paulo, segue sem um desfecho um mês após o crime. Adalberto Amarilio Júnior, de 36 anos, desapareceu no dia 30 de maio após participar de um evento de motociclistas no local, mas o corpo só foi encontrado no dia 3 de junho. A Polícia Civil aponta que seguranças do local são os principais suspeitos pelo homicídio.

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Em entrevista à Folha de S.Paulo, Fernanda Dandalo, a esposa de Adalberto, falou sobre a angústia de esperar por uma resposta sobre a morte do marido. Em janeiro deste ano, o casal fez uma viagem de moto ao Chile para realizar o sonho do empresário.

— Um mês de angústia e sem resposta nenhuma. Um homicídio horrível, hoje só resta tristeza e dor aos familiares. Infelizmente, sem retorno do Estado e dos organizadores [do evento] — disse.

Corpo foi encontrado com sinais de asfixia

A última comunicação de Adalberto com a esposa ocorreu por volta das 19h40min do dia 30 de maio. Um amigo do empresário, que o acompanhava durante o evento, diz ter o visto pela última vez por volta das 21h15min, minutos antes da vítima se dirigir ao estacionamento para buscar o carro.

O corpo foi encontrado no dia 3 de junho dentro de um buraco de obra, com aproximadamente 2 a 3 metros de profundidade e 40 centímetros de diâmetro. Adalberto estava com capacete, celular e carteira, mas sem a câmera GoPro, que estava acoplada ao capacete.

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De acordo com o laudo pericial, o empresário teve uma morte violenta por asfixia e não foram encontradas lesões traumáticas nem indícios de violência sexual. Ainda segundo os testes, os joelhos de Adalberto foram feridos quando ele estava vivo, o que sugere, de acordo com a investigação, que a vítima pode ter sido obrigada a se ajoelhar ou foi arrastada.

Uma das hipóteses investigadas pela Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) é a de que Adalberto, que deixou o carro em área proibida do kartódromo, anexo ao autódromo, pode ter passado pelas interdições feitas devido à obra e alguém pode ter chamado a atenção dele e se desentendido com o empresário.

Veja as fotos do empresário

Seguranças são apontados como os principais suspeitos

Conforme apurado pela CNN, a Polícia Civil de São Paulo, que antes trabalhava com uma lista de 200 pessoas, reduziu para três seguranças como suspeitos pela morte de Adalberto Amarilio Júnior. Para os investigadores, uma testemunha-chave revelou nesta semana ter presenciado o momento do crime e disse que, até então, havia se mantido em silêncio por medo de represálias e por temer pela própria vida.

Apesar do avanço, o caso do empresário ainda continua sem respostas definidas. O sangue encontrado no carro pertencia a Adalberto, contudo, segundo a polícia, há vestígios de sangue de uma mulher ainda não identificada. As investigações atuam para descobrir quem seria essa segunda pessoa.

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O amigo de Adalberto chegou a ser considerado suspeito pela polícia. No entanto, apesar da investigação ter achado inconsistências no depoimento, a polícia descartou a participação dele por acreditar que não há indícios suficientes e entender que o homem estava em um local diferente na hora do crime.

Em nota, o governo de São Paulo afirma que as investigações do caso seguem pelo DHPP. “Os laudos periciais estão sendo concluídos e serão analisados pela autoridade policial. Até o momento, não há pedidos de prisão referente ao caso”, diz o comunicado.

*Com informações da Folha de S.Paulo, da CNN e do g1.

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