As mulheres estão tendo filhos mais tarde. É o que revelam dados de fecundidade divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso porque, em 2010, mulheres costumavam ter filhos entre os 20 e 24 anos, concentração de 26,5% das taxas. Em 2022, a maioria passou a tê-los entre os 25 e 29 anos, com 24,4% do total de nascimentos.

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Conforme o IBGE, foi registrada uma redução nas proporções da fecundidade entre mulheres no início da vida adulta e um aumento nas proporções da fecundidade para os grupos a partir de 30 anos. Os dados consideram o período reprodutivo das mulheres, ou seja, dos 15 aos 49 anos. 

A partir disso, a idade média de fecundidade no Brasil passou a ser de 28,1 anos em 2022. Isso representa um aumento de 1,3 ano, se comparado a 2010 quando a idade era de 26,8 anos. Em 2000, era 26,3 anos.

No Brasil, as taxas de fecundidade total têm apresentado sucessivas e significativas quedas, indicando a redução do número médio de filhos, aponta o IBGE. Em 1960, as mulheres tinham, em média, seis filhos. Agora, é de 1,55 filho, conforme o Censo Demográfico de 2022.

Fecundidade por regiões, segundo Censo

Conforme o IBGE, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste permaneceram em 2022 com a maior parte da fecundidade concentrada nos grupos etários de 20 a 24 anos e 25 a 29 anos. No Sudeste e Sul, a fecundidade passou a se concentrar nos grupos etários de 25 a 29 anos e 30 a 34 anos

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Em 2010, o pico da fecundidade estava concentrado no grupo etário dos 20 a 24 anos para as Regiões Norte (com 30,1%), Nordeste (com 28,0%) e Centro-Oeste (com 27,6%), com uma estabilização nos grupos etários dos 20 a 24 anos e 25 a 29 anos para as Regiões Sudeste (com 24,9% e 24,7%, respectivamente) e Sul (com 24,1% e 24,4%, respectivamente). Já em 2022, todas as outras Grandes Regiões obtiveram pico da distribuição das taxas específicas de fecundidade no grupo etário de 25 a 29 anos, com exceção da região Norte cujo pico da fecundidade permaneceu no grupo etário de 20 a 24 anos.

Idade média de fecundidade por região (Foto: IBGE, Divulgação)

Como está a fecundidade brasileira por raça e escolaridade

Segundo o IBGE, os dados colhidos no Censo indicam que mulheres brancas, em 2022, tinham o padrão mais envelhecido em relação aos demais grupos, com quase 50% da fecundidade concentrada nos grupos etários de 25 a 29 anos (24,0%) e 30 a 34 anos (23,5%). Para as mulheres pretas e pardas, o padrão de fecundidade é similar ou um pouco mais jovem do que o de mulheres brancas, considerando que em ambas as categorias praticamente 50% da fecundidade estava concentrada nos grupos etários de 20 a 24 anos (24,9% pardas e 24,0% pretas) e 25 a 29 anos (24,9% pardas e 24,3% pretas). 

Em 2022, as mulheres brancas apresentaram a maior idade média da fecundidade, aos 29 anos. Já as mulheres pretas e pardas apresentaram a menor idade média da fecundidade, de 27,8 e 27,6 anos.

Idade média da fecundidade, por cor ou raça (Foto: IBGE, Divulgação)

No que diz respeitos aos níveis de escolaridade, o Censo indica que mulheres sem instrução e com ensino fundamental incompleto costumam ter filhos entre os 20 e 24 anos, sendo que esta faixa etária representa 30,7% da taxa de fecundidade total associada a esses níveis de instrução.

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As que possuem ensino fundamental completo e médio incompleto também têm o pico da sua curva de fecundidade neste grupo etário, apesar de apresentarem uma fecundidade bem mais baixa na adolescência (de 15 a 19 anos), de 8,5% contra 13,0% do grupo anterior. 

Mulheres com ensino médio completo e superior incompleto, costumam, em média, engravidar entre os 25 a 29 anos de idade, o que corresponde a 26,7% dentro do grupo escolar.

Já para as mulheres com superior completo, a taxa de fecundidade fica entre as idades de 30 a 34 anos, correspondendo a 27,8% do total deste grupo. Também há um maior registro entre 35 a 39 anos nos dois grupos com maior nível de instrução, ou seja, ensino superior completo e incompleto, sendo ainda maior para o último grupo.

Idade média da fecundidade, por nível de instrução (Foto: IBGE, Divulgação)

Conforme o IBGE, os indicadores de fecundidade são ferramentas essenciais para se entender a dinâmica populacional e auxiliar no planejamento de políticas públicas.

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