– Não tem nada de grande e relevante no mundo que a gente consiga realizar sozinho – começou José Renato Hopf, embaixador da Endeavor e fundador da GetNet.
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Trocar experiências de sucesso, discutir sobre as potencialidades brasileiras e da região de Santa Catarina, o mercado, a crise e o papel do empreendedor, foram os assuntos tratados no CEO Summit Sul, nesta semana em Florianópolis. Para isso, o evento trouxe nomes de destaque do empreendedorismo catarinense, brasileiro e da América Latina, como Hernan Kazah, fundador do Mercado Livre e da Kaszek Ventures, Guilherme Weege, CEO da Malwee, Pedro Janot, ex CEO e atual membro do conselho da companhia aérea Azul, e Eric Santos, CEO da empresa Resultados Digitais.
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Foram três paineis. O primeiro tratava da eterna rivalidade Brasil e Argentina, mas no campo do empreendedorismo, e foi moderado por Luiz Guilherme Manzano, da Endeavor. Nele, Hernan Kazah e Eric Santos falaram sobre a época favorável da Argentina na década de 1990, do Brasil nos últimos anos, e o que falta para as empesas de Florianópolis se destacarem no mercado: conseguir um grande case de empresa global.
– Case ajuda em tudo no ecossistema, acaba trazendo mais investidores e atenção pro mercado local. Antes a cidade era muito fechada e isso mudou muito nos últimos anos. Precisamos usar as nossas vantagens, como atratividade e qualidade de vida, os talentos regionais e esse sentimento de proximidade das empresas que é fundamental – comentou o co-fundador da Resultados Digitais.
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Para Kazah, o talento também é essencial para as empresas crescerem e o que muitas vezes emperra os empreendedores é a burocracia.
– Se você leva 100 dias pra abrir uma empresa, acaba gastando muito tempo no que não deve e é um tempo que vai para o lixo. Temos que facilitar isso, precisamos de mais engenheiros e também ajudar as pessoas a acreditarem que o futuro é a tecnologia – afirmou.
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De startup a uma das maiores da América Latina
Um case de sucesso, com certeza, é a GetNet, a maior empresa de tecnologia da região Sul do Brasil. Em 10 anos, a GetNet passou de startup para ser uma das quatro maiores empresas da indústria de pagamentos da América Latina, com faturamento anual superior a R$ 3 bilhões de reais. O fundador, José Renato Hopf, conversou com Paulo Viana, da EY, sobre o que é necessário para fazer o negócio prosperar.
Para ele, o empreendedor precisa ter uma ideia factível, uma boa equipe de empreendedores, nunca achar que pode fazer algo sozinho, e ter investidores estratégicos que acreditem na sua ideia. Além disso, o empresário deve ter confiança, planejamento e disciplina de execução.
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Em relação à crise econômica brasileira, Hopf falou que é necessário prestar mais atenção à forma como se aloca o endividamento da empresa, mas que não falta dinheiro para quem tem uma boa ideia e um bom plano.
– Não vejo problema em crise porque as pessoas vão ter que continuar comprando e a vida segue. Há muito pessimismo desnecessário. Gosto de ambientes mais complexos e difíceis porque eles selecionam. Isso ajuda quem é bom empreendedor. Precisamos, sim, discutir, acompanhar, mas vamos também focar em ser melhor que o concorrente – completou.
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Impacto da mentoria

Foto: Pedro Janot, à esquerda, e Guilherme Weege no segundo painel (Crédito: Diogo de Souza / Divulgação Endeavor)
O poder da mentoria na trajetória de grandes empreendedores foi o tema do último painel da noite. Guilherme Weege, CEO da Malwee, e Pedro Janot, conselheiro da Azul Linhas Aéreas, falaram sobre a relação dos dois nas mentorias e as histórias e experiências de cada um no ramo.
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– O mentor precisa ter histórias relevantes para contar. Ele é como o fast food do conhecimento. Você pode conversar com um cara com 30 anos de experiência por algumas poucas horas e precisa condensar tudo – comentou Janot.
Weege, falou do papel da Endeavor em criar conexões e servir de apoio aos empreendedores por meio de conversas e mentorias.
– Para que a mentoria seja aproveitada, o empreendedor deve estar aberto a ouvir e receber tudo o que o mentor falar. Já o mentor não serve para dar a resposta para todas as dúvidas do empresário, o papel do mentor, na verdade, é muito mais de reflexão do que de mostrar o caminho – disse o CEO da Malwee.
O CEO Summit Sul 2015 foi organizado pela Endeavor, organização global sem fins lucrativos de fomento ao empreendedorismo de alto impacto, e pela EY (antiga Ernst & Young Terco), líder global em serviços de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria.
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