A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Nooa), dos Estados Unidos, atualizou nesta semana as informações sobre a probabilidade de um La Niña se formar até o fim do ano. No mês passado, as chances eram de 58%. Agora, 71%. Oficialmente, porém, isso não significa a “concretização” do fenômeno, mas sim meses com as características dele, inclusive em Santa Catarina.
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Para a ciência não é possível que o fenômeno se forme em tão pouco tempo, já que são necessários cinco meses consecutivos com a temperatura da água em uma porção do Pacífico abaixo de -0,5ºC para que haja uma La Niña. No entanto, o resfriamento traz impacto nas trocas do oceano com a atmosfera e, assim, consequências climáticas para diferentes pontos do planeta, incluindo o Sul do Brasil.
Pelas projeções da Nooa, a temperatura que atualmente está na faixa de neutralidade (entre 0ºC e -0,4ºC) ficará abaixo de -0,5ºC entre outubro e dezembro, ou seja, durante a primavera. De dezembro a fevereiro, verão no Hemisfério Sul, as chances de que o cenário continue o mesmo é de 56%. Apesar desse aumento na probabilidade, no entanto, a leitura não é uma grande novidade.
Na semana retrasada, o Fórum Climático, grupo de meteorologistas catarinenses de diferentes instituições, reuniu-se para fazer a previsão do trimestre. Nela, os profissionais já consideraram esse resfriamento. Tanto que, para a primavera, em outubro e novembro, a expectativa é de que as frequentes chuvas — algo típico da estação — fiquem dentro da média nos pontos mais próximos ao Litoral e abaixo do esperado para o período no Oeste.
Já com relação às temperaturas, os especialistas acreditam que elas ficarão dentro da média no trimestre em quase todo o Estado, exceto no Oeste, que junto com a diminuição das chuvas deve presenciar dias mais quentes que o habitual.
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A La Niña fraca deve dar lugar à neutralidade em 2026.
La Niña e El Niño
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño é o nome dado ao aumento na temperatura da superfície da água no Oceano Pacífico, fazendo ela evaporar mais rápido. O ar quente sobe para a atmosfera, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas.
Com isso, no meio do Pacífico chove mais, afetando a região Sul do Brasil, pois a circulação dos ventos em grande escala, causada pelo El Niño, também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul e essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias, que chegam pelo Hemisfério Sul, avancem pelo país. Logo, elas ficam concentradas por mais tempo na região Sul.
O contrário, o resfriamento dessas águas, é chamado de La Niña. Normalmente, o El Niño perde força, a temperatura no oceano volta ao “normal” — o chamado período de neutralidade — e gradativamente vai ficando mais fria, entrando no La Niña. Os efeitos do La Niña para Santa Catarina são o oposto do outro fenômeno, já que as chuvas caem em menor volume no Estado.
Entenda o La Ninã em 10 passos
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