Uma das principais integrantes de uma facção criminosa de Santa Catarina foi presa pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) no município de Mesquita, na Baixada Fluminense. Ela possui envolvimento direto em episódios violentos realizados em Florianópolis e dois mandados de prisão em aberto. A prisão ocorreu na quarta-feira (19).

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Segundo a Polícia Civil, a mulher teria coordenado a onda de ataques realizados em 2012, quando Florianópolis teve ônibus incendiados e veículos destruídos. Na época, ela teria organizado os atos junto do irmão e do ex-companheiro, que é um dos líderes da facção criminosa.

Após os episódios violentos, a mulher teria fugido para o Rio de Janeiro, onde permaneceu foragida. No estado fluminense, continuou envolvida com associações criminosas, sendo investigada por apropriação indébita e difamação, segundo a polícia.

Ao todo, a mulher é acusada dos crimes de homicídio qualificado, organização criminosa, associação para o tráfico e porte ilegal de arma de fogo. A mulher foi encontrada escondida numa residência em Mesquita (RJ) pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Relembre onda de ataques em SC

A onda de ataques de 2012 foi a primeira crise em que o Estado precisou lidar abertamente com a existência de uma facção criminosa que atuava a partir de presídios em SC.

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Arley Luiz da Silva era motorista do transporte coletivo há quase 10 anos quando passou pela situação mais tensa na profissão. Ele conduzia um ônibus no bairro Monte Cristo, em Florianópolis, quando foi abordado por dois homens armados. A dupla invadiu o coletivo, mandou condutor e passageiros descerem, espalhou um galão de gasolina nos primeiros bancos e ateou fogo no veículo. Em segundos, o ônibus e até o ponto ao lado foram destruídos pelas chamas.

O incêndio ao ônibus em Florianópolis foi um dos 58 atentados promovidos por bandidos em 16 cidades de Santa Catarina no mês de novembro de 2012. A onda de ataques ordenados por criminosos detidos em unidades prisionais do Estado levou medo e tensão às ruas de SC. O episódio exigiu respostas das forças de segurança pública e deixou mudanças nas ações de combate à criminalidade no Estado.

*Sob supervisão de Luana Amorim