O chefe de uma facção criminosa, morto em uma operação da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) na noite deste domingo (2), estava foragido desde 2024, quando deixou o sistema prisional para uma saída temporária e nunca mais retornou. Na época, ele cumpria pena por matar Misael Baruffi, agente prisional morto a 21 tiros em 12 de junho de 2016, no bairro Ingleses, em Florianópolis. A informação foi confirmada ao NSC Total pelo 21º batalhão de polícia.
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A operação da noite de domingo foi desencadeada após informações de que o foragido — apontado como chefe de uma facção criminosa com atuação na região do Papaquara — estaria escondido em uma casa no bairro Ponta das Canas, no Norte da Ilha.
Após receberem as informações, as guarnições se dirigiram até o local. Lá, segundo os policiais, viram um homem que rapidamente entrou em uma residência ao perceber a aproximação da viatura. Ao entrar na casa, os agentes encontraram quatro homens armados, sendo que, segundo a PM, um deles tentou tomar um fuzil de um dos policiais. Foi neste momento que os policiais reagiram e atiraram.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e confirmou a morte dos quatro suspeitos. Até o momento, só três deles foram identificados, todos com passagens pela polícia.
Os policiais também apreenderam cinco armas de fogo, entre elas, uma submetralhadora utilizada em um assalto a um posto de combustíveis no bairro Cacupé, no Norte de Florianópolis, na madrugada de quinta-feira (30). A ação também resultou na apreensão de três pistolas, um revólver, diversas munições de calibres variados e rádios comunicadores.
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A Polícia Científica e a Polícia Civil foram acionadas para atender a ocorrência. O material apreendido foi encaminhado à delegacia de polícia para as demais providências legais.
Agora, o caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital. Procurada, a Polícia Civil não informou se há novidades.
Suspeito de chefiar facção foi condenado a 18 anos por matar agente penal
Em 2018, a Justiça condenou o homem morto neste domingo a 18 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, pelo assassinato do agente prisional Misael Baruffi, ocorrido em 12 de junho de 2016, em Florianópolis.
Na época, ele foi condenado por homicídio qualificado (motivo fútil, sem chance de defesa da vítima e para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime), e não pôde recorrer em liberdade.
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O agente, de 31 anos, foi assassinado durante a manhã do Dia dos Namorados, no bairro Ingleses. Ele dirigia um Clio que se envolveu em um acidente de trânsito com um Palio, onde estavam três homens armados que tinham a intenção de assaltar uma mercearia próxima, segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Após a batida, eles tentaram fugir do local, segundo a denúncia, e foram seguidos por Baruffi. Quando os carros ficaram emparelhados, ele se identificou como agente público, questionou a colisão e exigiu que parassem. Em seguida, fechou a passagem do Palio.
Naquele momento, o agente saiu do carro em direção ao outro veículo. Os ocupantes do outro veículo fizeram o mesmo e atiraram 21 vezes contra a vítima, conforme a denúncia. O agente morreu no local.

Depois, os criminosos fugiram com o automóvel de Baruffi e abandonaram o carro em uma rua paralela, embarcando em outro veículo na sequência.
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Em 2024, o criminoso teve direito à saída temporária, popularmente conhecida como “saidinha”, mas nunca mais voltou. Ele estava foragido desde então.
*Sob supervisão de Giovanna Pacheco