Autor da delação premiada que teve o sigilo retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta quarta-feira (19), o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Mauro Cid, afirmou em um dos depoimentos que o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, buscava ter “muito contato” com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Cid, ele sempre buscava participar de comícios e motociatas e às vezes chegava a “causar problemas” de segurança. As informações são de um depoimento de Cid de agosto de 2023 e foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo.
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Silvinei Vasques comandou a PRF durante a gestão de Bolsonaro e esteve no alvo da polêmica no dia do segundo turno das eleições presidenciais, depois que a corporação fez blitze em estados do Nordeste que teriam o objetivo de dificultar o acesso de eleitores a locais de votação em regiões em que o favorito era o então candidato Lula (PT), adversário de Bolsonaro. A acusação de suposta interferência no processo eleitoral chegou a levar Silvinei à prisão. Ele também está na lista de denunciados apresentada nesta terça-feira (18) pela Procuradoria-Geral da República.
Desde janeiro atua como secretário de Desenvolvimento Econômico de São José, na Grande Florianópolis. Ele há havia atuado como secretário de Segurança Pública no município nos anos 2000 e foi também superintendente da PRF em Santa Catarina.
Segundo o depoimento de Mauro Cid, Silvinei tinha uma ligação política forte com Bolsonaro e “sempre estava no carro de som, sempre próximo do ex-presidente”. O tenente-coronel afirmou que Silvinei gravava vídeos e por vezes chegava a causar contratempos no esquema de segurança.
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“Principalmente quando tinha uma motociata, algum evento grande do ex-presidente, a PRF sempre queria estar, mesmo que não fosse do local deles, tipo uma rodovia estadual”, disse Cid, alegando que isso criava problemas no esquema de segurança.
Na delação acordada com a Justiça, Mauro Cid pediu pena máxima de dois anos de prisão e proteção para a família. Outros detalhes da delação do ex-ajudante e ordens de Bolsonaro devem ser divulgados ainda nesta quarta-feira, em razão da retirada de sigilo determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.
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