A morte de Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, na tarde do último domingo (1°), no Parque Paraiso, em Itapecerica da Serra, cidade da região metropolitana de São Paulo, após ter comido um bolo de pote enviado até a casa dela, pode ter sido motivada por ciúmes de uma outra colega da mesma idade. A suspeita foi levada para a Fundação Casa nessa terça-feira (3).
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Segundo a polícia, a suspeita inicialmente negou ter envenenado o alimento mas, depois de ser interrogada, confessou ter colocado arsênico no bolo. A causa da morte da adolescente, no entanto, foi classificada como intoxicação alimentar, já que a polícia aguarda o laudo toxicológico para saber se o bolo estava mesmo envenenado.
A suspeita afirmou que “não tinha a intenção de que mal maior acontecesse” e que esperava que Ana Luiza apenas “sentisse sintomas ruins, tais como vômito”, conforme o depoimento. Ela diz que está arrependida e que pode estar passando “por algum problema psicológico”.
A adolescente começou a passar mal menos de uma hora após comer o bolo de pote, entregue por um motoboy na casa dela com um bilhete anônimo com os dizeres “Um mimo pra garota mais linda que já vi”. Antes de sentir os primeiros sintomas, Ana Luiza ainda enviou um áudio a um grupo de amigos, dizendo que estava grata pela surpresa e que queria saber quem havia enviado o bolo para ela.
— Não sei se foi algum amigo ou amiga minha. Ó, vou ler o cartão pra vocês. Mano eu queria saber quem foi, eu tô com raiva. “Um mimo para a menina mais doce e com a personalidade incrível que eu conheço”. Aí um monte de figurinha e atrás tem um post-it escrito “Lulu linda”. Gente, eu juro por Deus, eu quero agradecer quem me deu isso — disse a jovem no áudio.
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Depois de passar mal, Silvio Ferreira das Neves, o pai de Ana Luiza, a levou para o hospital. Ela recebeu alta, mas no dia seguinte passou mal novamente e caiu no chão do banheiro. Segundo o homem, a suspeita dormiu na casa da família de sábado (31) para domingo (1º) e viu toda a situação.
— Essa menina foi dormir lá em casa, acompanhou o caso todo. Viu passando mal, viu a hora que a levei no hospital e, no outro dia, também viu minha menina caindo no banheiro e não demonstrou nenhuma reação… Depois da minha filha estando morta, ela ainda me cumprimentou e abraçou — contou.
Ana Luiza já chegou ao hospital sem os sinais vitais, segundo o boletim de ocorrência. Ela teve uma parada cardiorrespiratória cerca de 20 minutos antes de chegar à unidade e “encontrava-se cianótica, com hipotermia, sem batimentos cardíacos e sem respiração”.
O corpo de Ana Luiza foi enterrado nesta terça-feira.
Como a polícia chegou até a suspeita
Segundo a Polícia Civil, a investigação refez o caminho da entrega do doce na casa de Ana Luiza com a ajuda do motoboy que levou o bolo de pote até à vítima sem saber do que se tratava.
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Para isso, foram resgatadas imagens de circuito de segurança de endereços próximos à casa de Ana Luiza. Com isso, identificaram a placa do motociclista para conseguir entrar em contato. Quando a polícia chegou até à casa de onde o bolo de pote tinha partido, percebeu que a descrição física que o motoboy tinha feito era igual a da suspeita.
Bolo quase fez outra vítima
A suspeita também envenenou outro bolo e enviou para outra adolescente no dia 15 de maio, que também foi entregue junto a um bilhete escrito com dizeres parecidos. Nesse caso, a suspeita disse que cometeu o crime porque dois se seus namorados a deixaram para ficar com essa vítima.
Neste caso, a vítima também passou mal, mas sobreviveu.
Empresa que fez o bolo se defende
A dona da empresa que fez o bolo se pronunciou e disse que o bolo foi adquirido por uma pessoa na loja física, mas que a entrega foi feita por um motoboy de aplicativo que não tem vínculo com a loja.
*As informações são do g1, CNN e Metrópoles
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