“Que deus abençoe nossa audiência, bora para cima”. Foi assim que a influenciadora Virginia Fonseca iniciou o depoimento prestado nesta terça-feira (13) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets do Senado. Com diversos momentos que ganharam as redes sociais, Virginia disse seguir as regras estabelecidas e alertas os seguidores sobre os perigos das apostas.

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A influenciadora foi questionada sobre a assinatura de contratos de publicidade com uma suposta “cláusula da desgraça”, que daria a quem anuncia as “bets” um percentual sobre perdas de apostadores. Ela negou ter esse tipo de contrato com as empresas.

Contudo, Virginia disse que um dos contratos previa um possível bônus se ela “dobrasse os lucros” a casa de aposta. Ela nunca teria atingido o resultado necessário, e por isso não recebeu os valores a mais, afirma.

Ainda, Virginia Fonseca disse seguir todas as regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) para publicidade de apostas online.

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Virginia foi convocada a depor como testemunha e questionada pelos senadores da CPI sobre contratos com casas de apostas e trabalhos como influenciadora para promover essas marcas.

Ela chegou ao Senado pouco antes das 10h45, acompanhada do marido, o cantor e também influenciador Zé Felipe. Foram mais de três horas de depoimento, com fãs de Virginia e pedido de vídeo até por parte dos senadores.

— Eu sou influencer, virei mãe, levei meus pais para morarem comigo. Me tornei empresária nesse tempo e apresentadora. E hoje sou tudo isso, e eu espero poder esclarecer todas as dúvidas aqui hoje. E quero agradecer a oportunidade de fazer isso, porque tem muitas coisas que a gente não pode falar na internet, né, que a gente não tem a liberdade de falar. Acredito que vou poder falar aqui hoje, estou muito grata. Que deus abençoe nossa audiência, bora para cima — disse em uma apresentação inicial.

Veja fotos de Virginia Fonseca na CPI das Bets

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Virginia afirmou que alerta seguidores sobre riscos

Depois de questionamentos do senador Izalci (PL-DF), Virginia disse que faz alertas aos seus seguidores em relação aos riscos das bets que divulga nas redes sociais.

— Eu vou falar por mim. Quando eu posto, sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder. Que menores de 18 anos são proibidos na plataforma. Se possui qualquer tipo de vício, o recomendado é não entrar. E para jogar com responsabilidade — pontuou.

Ela afirmou que segue as recomendações do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) sobre o tema e negou que o contrato com a empresa Esportes da Sorte incluía a chamada “cláusula da desgraça alheia” – ou seja, com um pagamento de 30% sobre a perda de dinheiro dos apostadores.

— Na época, saiu na internet, eu não pude responder por questão de confidencialidade e apanhei calada. Eu fechei o meu contrato com a Esportes da Sorte e esse valor que eles me pagaram, se eu dobrasse o lucro dele, eu receberia 30% a mais da empresa. Em momento algum, sobre perda dos seguidores. Meu contrato não tem nada de anormal — disse.

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Relatora da CPI das Bets questionou sobre pedidos de socorro

A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), foi questionada se Virginia tinha conhecimento do caso de pessoas que estão “pedindo socorro” por conta das apostas, em casos de suicídios, divórcios e dívidas. Ela afirmou que não se arrepende de fazer as campanhas publicitárias e que não tem como ajudar os seguidores.

— Acho que eles pedem socorro para a senhora porque a senhora tem o poder de fazer alguma coisa. Eu não tenho poder de fazer nada. Eu não tenho… Então, aí, tá complicado — disse Virgínia.

— Olha, senadora, eu não me arrependo de absolutamente nada do que já fiz na minha vida. Acredito que tudo serviu de ensinamento. Então, eu fiz e, hoje, estou aqui depondo para colaborar com vocês e espero que ajude — completou.

A influenciadora afirmou também que chegou a jogar nas plataformas que divulgou. Contudo, que os vídeos mostrando como apostar não eram feitos de sua própria conta, mas de contas fornecidas pela empresa. Ela afirma que, ainda que em contas diferentes, os vídeos são feitos na mesma plataforma.

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Disse ainda que nunca recebeu valores com empresas de fachada, criptoativos ou créditos nas próprias plataformas, e que nunca promoveu ações de educação financeira para os seguidores, porém considera que seria “uma boa ideia”.

Ela não respondeu detalhes financeiros de seus contratos, como o valor máximo que recebeu das bets. Contudo, afirmou que declarou todos os rendimentos à Receita Federal.

Virginia concordou em fornecer cópias dos contratos com a Esportes da Sorte e com a Blaze à CPI das Bets. Os documentos devem ser mantidos em sigilo, no entanto, por estarem sobre regras de confidencialidade.

— Se realmente faz tão mal para a população, proíbe tudo. Por que está regulamentando? Agora, eu nunca aceitei fazer publicidade para casas de apostas não regulamentadas. E eu recebo muita oportunidade, muitas propostas para fazer […] Se for decidido por vocês que tem que acabar, eu concordo — disse Virginia.

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Ainda, negou que tenha ficado milionária com bets, e declarou que sua marca de cosméticos e maquiagem, a Wepink, faturou R$ 750 milhões em 2024. Ela foi questionada se “vale a pena” seguir fazendo propagandas de bets, e disse que vai “chegar em casa e pensar, pode ter certeza”.

*Com informações do g1

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