Joinville teve aumento no índice de cobertura vacinal em quase todos os imunizantes obrigatórios para crianças em 2020. O resultado da maior cidade catarinense vai na contramão dos dados registrados em Santa Catarina e no Brasil, onde houve queda expressiva na vacinação em relação ao ano anterior.
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Os dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI), disponibilizados pelo Ministério da Saúde, mostram que oito das nove principais vacinas indicadas para crianças com menos de dois anos de idade tiveram aumento na cobertura vacinal no ano passado em Joinville, se comparado a 2019.
O destaque foi para a vacina pentavalente, que saiu de 75% da meta atingida em 2019 para 101% no ano passado. As coberturas acima de 100% indicam que foram aplicadas doses em mais pessoas do público-alvo do que era previsto inicialmente pela campanha.
Por outro lado, os dados estaduais mostraram que Santa Catarina teve queda em oito das nove vacinas – a exceção foi a pentavalente, que passou de 71,9% para 87,9% da meta atingida entre um ano e outro.
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Em relação aos dados nacionais, os índices despencaram e alcançaram as menores taxas em mais de 20 anos, de acordo com a análise realizada pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas.
Nenhuma das nove principais vacinas para crianças de até dois anos atingiu a meta de mais de 90% ou 95% do público vacinado no recorte nacional. Já no cenário municipal, Joinville ultrapassou a meta nos nove imunizantes, mesmo que a primeira dose da tríplice viral tenha apresentado queda em relação à cobertura de 2019.
Com a queda na cobertura vacinal, o Ministério da Saúde iniciou em 1º de outubro uma campanha de multivacinação para crianças e adolescentes com menos de 15 anos para atualização da carteira de vacinação. Em Joinville, houve mutirão no último fim de semana para a multivacinação.
Organização e cultura podem explicar desempenho
O bom desempenho de Joinville na vacinação das crianças durante a pandemia pode ser explicado por dois fatores, de acordo com Nicoli dos Anjos, coordenadora de imunização da Secretaria da Saúde. O primeiro deles foi a organização da rede para que a cidade tivesse unidades de saúde com atendimento exclusivo para Covid.
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– As outras unidades ficaram abertas para atendimento geral da população, principalmente para as vacinas. Então, as pessoas se sentiram mais à vontade para procurar a vacinação, com a segurannça de que não teriam pessoas com Covid nesses lugares – explica.
O segundo fator é a questão cultural de Joinville em relação às vacinas. Os dados do Ministério da Saúde mostram que a cidade já tinha índices de vacinação melhores do que a média nacional nos anos anteriores à pandemia.
– Joinville é uma cidade em que os médicos incentivam a vacinação e as pessoas são mais conscientes. Nas matrículas em escolas ou CEIs também os pais precisam mostrar a carteirinha com as vacinas e se não tiver em dia a gente orienta a passar no posto – detalha Nicoli.
Em 2021, a coordenadora de imunização afirma que o município ainda não atingiu a meta, mas avalia os dados e trabalha na busca ativa de quem não tomou as doses necessárias. Uma das ações é atuar forte na divulgação da vacinação durante este momento em que estão abertas as matrículas nas escolas para o próximo ano letivo.
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