Com paisagens congeladas e temperaturas que frequentemente ficam abaixo de zero, Urupema, na Serra Catarinense, é um destino certo para turistas em busca de dias congelantes. Reconhecida oficialmente como a Capital Nacional do Frio desde 2021, a cidade atrai turistas de todo o país que buscam vivenciar de perto a geada, o frio congelante e, com sorte, a neve.
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De acordo com a Secretaria de Turismo e Urbanismo de Urupema, o fluxo de visitantes aumenta significativamente entre junho e agosto, com maior concentração nos finais de semana, quando há previsão de frio extremo. Embora ainda não haja um levantamento exato sobre o número de turistas, a prefeitura planeja implantar um formulário de controle junto às pousadas e aos visitantes a partir do próximo ano.
— Nosso compromisso é garantir que o turismo continue sendo uma oportunidade de valorização cultural e desenvolvimento econômico para Urupema, ao mesmo tempo em que asseguramos dignidade e cuidado aos nossos moradores, especialmente nos dias mais frios do ano — destaca a secretária de Turismo e Urbanismo, Aline Pereira.
A rede de hospedagem local geralmente registra alta procura para os períodos mais gelados do ano. As pousadas, que são em sua maioria familiares e aconchegantes, costumam operar com capacidade máxima nos fins de semana com previsão de geada intensa ou neve.
Veja imagens de Urupema, Capital Nacional do Frio
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Monitoramento constante e ações sociais
De acordo com as informações da Secretaria de Turismo e Urbanismo de Urupema, a cidade conta com uma estação meteorológica oficial, operada em parceria com instituições como a Epagri/Ciram, que monitora em tempo real as condições climáticas. Os dados são usados para alertar tanto a população quanto os turistas sobre possíveis riscos nas estradas e variações bruscas de temperatura.
Além disso, a Secretaria de Assistência Social intensifica o acompanhamento de famílias em situação de vulnerabilidade. Neste ano, a cidade recebeu doações de mantas da Legião da Boa Vontade (LBV), que foram distribuídas com apoio da assistência social, junto com cestas básicas.
A prefeitura também disponibilizou um trator para coleta de lenha, para que moradores com fogão a lenha tenham acesso ao mínimo necessário para enfrentar o frio.
A polícia militar atua em conjunto alertando visitantes sobre os riscos em estradas congeladas, especialmente nas madrugadas e manhãs, quando a camada de gelo nas pistas pode representar perigo.
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Viver no frio: rotina adaptada e muito planejamento
Enquanto os turistas se deslumbram com o clima congelante, os moradores de Urupema já desenvolveram rotinas específicas para lidar com as temperaturas negativas. Marcelo Henrique Pagani, de 20 anos, estudante de Jornalismo, conta que o planejamento começa antes mesmo de dormir.
— Sempre deixo tudo preparado: mais um cobertor, roupa separada, pantufa do lado da cama. Se você já levanta passando frio, fica muito mais difícil se aquecer depois — explica ele.
Nos dias mais frios, a cidade vive cenas que parecem retiradas de um filme: calçadas congeladas, fumaça saindo das chaminés e turistas fotografando cada detalhe. Marcelo vê com bons olhos o movimento turístico que o frio traz à cidade.
— Eu acho legal quando o pessoal de fora vem e fica impressionado com a neve e o frio. Às vezes, pra mim, aquilo é normal, mas eu também me animo ao ver tudo congelado, tudo branquinho. São questões de costume, assim como a gente que vai ver o mar e fica todo empolgado, eles veem a neve e ficam do mesmo jeito. É muito legal ver a alegria e a experiência deles com esse frio todo.
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