Relacionada às mudanças culturais na sociedade, a moda passa por transformações periódicas. O que vestimos é uma expressão tanto de arte como de processos produtivos de inovações em tecidos, cores, formas e fluidez.

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Londres, Milão, Paris, Nova Iorque são hoje as cidades que sediam desfiles de moda considerados mais importantes a nível mundial. A partir das coleções definidas pelos estilistas, como tendências de cores, tecidos, formas e acabamentos, a indústria da moda dessas e de outras regiões busca referências do que deve ser trend nos próximos meses. O Brasil não fica de fora. Para aproximar o relacionamento das marcas com o varejo, o São Paulo Fashion Week é realizado desde 1996, com estilistas também de renome internacional. 

Por mais que os desfiles “ditem” muitas tendências, eles tendem a ser mais conceituais, pois algumas peças dificilmente seriam usadas no dia-a-dia. É nesse momento que as grifes e os profissionais envolvidos transformam em arte expressões culturais que acreditam estar em alta. Primeiro, em forma de desenhos técnicos, depois, com a escolha de como a peça será produzida e como ela estará relacionada aos outros itens da coleção de forma harmônica – que remeta a sentidos e traga impacto. Afinal, os eventos de moda são concorridos e garantem um verdadeiro show aos apaixonados pelo mundo fashion. 

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Mas, para que as tendências cheguem efetivamente aos lares dos consumidores – os profissionais a nível local buscam referências não só nos desfiles de moda, mas em empresas especializadas no assunto, como a Usefashion, Wgsn e Business of Fashion. Economia circular, metaverso, sustentabilidade e social shopping são algumas das tendências apontadas por essas companhias para ficar de olho em 2022. 

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Moda feminina da Flammo (Foto: Divulgação)

Tendências da moda chegam a Santa Catarina

As transformações pelas quais passa o mercado da moda chegam de forma muito mais ágil hoje em dia. Propagandas na televisão, revistas temáticas, cobertura de imprensa em jornais, redes sociais e sites de referência no assunto tornam possível que os profissionais da moda, como estilistas, e a população em geral saiba o que deve estar em alta na próxima estação.

A partir desse estudo, as marcas locais trabalham com suas próprias coleções. As empresas possuem um público-alvo específico, mas tendem a buscar alternativas para alavancar as vendas e gerar mais receita para o negócio. Por isso, as tendências, mostradas de forma mais conceitual nos desfiles são introduzidas nos novos desenhos e processos produtivos, mas de forma que consigam contemplar um número mais amplo de consumidores. 

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Levar a moda das passarelas para o público em geral não é tarefa fácil – e esse é o papel dos estilistas. Partindo das pesquisas internacionais, sendo desfiles, internet ou viagens, eles realizam uma análise do comportamento do mercado interno e apostam no que tem mais o estilo Brasileiro, segundo Maikon Bonetti, estilista da marca catarinense Colisão.

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– Dentro de um cronograma, a criação processo leva em torno de três meses, mas é algo que nunca para, todo dia estamos pesquisando e desenvolvendo algo novo. Hoje, temos 10 pessoas na criação e todas tem uma grande participação no processo das duas marcas (Colisão e Flammo). E nossos principais polos de pesquisas são as feiras e viagens internacionais – detalha Bonetti.

Após definir novos tecidos, estampas e cores, os profissionais ainda precisam seguir outros passos antes de fabricar o produto. Pesquisa de mercado, análise de tendências, criação, desenho e produção são etapas importantes, mas ainda há o detalhamento em um protótipo, para verificar se a peça ficou como era o desejado, de acordo com Fabiana Nazario, estilista da marca catarinense Flammo.

– Depois das nossas análises das tendências, de tecidos, estampas e cores, começamos a desenvolver nossos briefings. Através de uma ficha, onde pré-definimos como será a peça, desenvolvemos um protótipo, que é apresentado para uma equipe que avalia o visual, o custo e demais detalhes importantes antes da peça ser de fato liberada para entrar na coleção. Todas as peças são analisadas em todos os aspectos, passando inclusive por uma prova com modelos nos respectivos tamanhos, para serem analisados detalhes como caimentos, conforto e modelagens – explica a profissional da moda.

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Campanha Alto Verão da Colisão (Foto: Divulgação)

O que mantém uma peça sempre no portfólio

Até quem não é tão antenado no mundo da moda sabe que algumas peças são consideradas in e out, remetendo ao que pode ser aproveitado das últimas coleções. Segundo Nazario, as marcas tendem a estudar quais os produtos tiveram boa receptividade pelos clientes e que estão relacionadas às tendências ainda vistas nas pesquisas de mercado.

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– Temos o ranking de vendas, que analisamos as peças melhores aceitas e na próxima coleção detalhes dessas peças aparecem repaginados, para que nunca fiquem exatamente a mesma peça – afirma.

Para este ano, enquanto o estilo navy, com peças leves e descontraídas, é a aposta da Colisão para a estação, a Flammo investiu em modelos comfy, alusivos ao mar e natureza, com cores alegres e suaves.

Saiba mais detalhes sobre as coleções Primavera/Verão da Colisão (moda masculina), seguindo o @colisaothebrand e da Flammo (moda feminina), seguindo o @useflammo