A investigação do mega-assalto cometido em uma concessionária de carros de luxo em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, constatou que as 12 pessoas envolvidas se conheciam há pouco tempo e possuíam experiência no mundo do crime. Dois suspeitos continuam foragidos, e outros 10 foram presos na manhã de terça-feira (17) em Joinville.
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A Polícia Civil ainda confirmou que a maior parte do grupo criminoso se conheceu “nas ruas” e tinha passagem por crimes patrimoniais, furto e roubo de veículos. Dois deles eram mais próximos, serviram juntos em um clube de tiro da região. Os demais, porém, não possuíam uma relação de amizade, apenas aceitaram a missão do mega-assalto.
Veja fotos do assalto em Jaraguá do Sul

Como criminosos planejaram mega-assalto
Um suspeito, que ainda não foi identificado, foi responsável por “recrutar” todo o grupo, de acordo com o delegado Caléu Mello, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Jaraguá do Sul. A preparação para o crime, que aconteceu em 22 de abril de 2025, levou cerca de três semanas.
— Pessoas que estavam por de trás do crime, e não estiveram aqui em Jaraguá do Sul, idealizaram essa infração penal para subtrair veículos de luxo, de fácil venda e venda valorizada. O plano era fraudar documentos e clonar os veículos, alterar a numeração de chassi e vender no exterior, em países vizinhos ao Brasil, como carros lícitos, que não foram roubados — explica o delegado.
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Mello ainda relata que a investigação apurou que os carros roubados deveriam ser deixados em pontos pré-determinados pelos organizadores do crime.
— Alguns efetivamente foram deixados em determinados pontos, no meio do mato, local ermo, onde o traço da polícia esfriaria e, no dia seguinte, outras pessoas iriam buscar e dar sequência a esse planejamento — revela.
A investigação também constatou que a data do crime chegou a ser adiada por desistência de suspeitos e outros empecilhos. Depois, a decisão final sobre o crime ocorreu somente na véspera do mega-assalto.
Como aconteceu mega-assalto
As câmeras de segurança que registraram o crime mostram uma van chegando e deixando os suspeitos na rua em frente à concessionária. A investigação ainda confirmou que três veículos foram responsáveis por levá-los até o local, incluindo uma motocicleta, que transportou dois dos principais suspeitos.
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No horário do roubo, porém, o recrutador do crime não apareceu na concessionária. É esse o criminoso que, segundo o delegado Caléu Mello, ainda não foi identificado, já que a maior parte dos presos optou por ficar em silêncio durante os depoimentos. Apenas alguns admitiram uma “pequena responsabilidade”. Informaram que foram pagos para levar e buscar alguém no local do crime.
Para onde iriam carros de luxo roubados
A Polícia Civil conseguiu constatar que todos os dez veículos roubados seriam levados a cidades vizinhas do Brasil, como o Paraguai, para serem vendidos por preços atrativos e abaixo do valor original definido pela tabela Fipe.
— A ideia era dar aparência de licitude aos veículos, falsificar documentos. Então eles teriam um retorno patrimonial equivalente a todo o patrimônio que valem os carros — afirmou o delegado.
Relembre mega-assalto
Ação rápida e planejada. Foi assim que funcionários descreveram o assalto vivido em uma concessionária na tarde de 22 de abril, em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina. Ao todo, 10 veículos foram levados e, posteriormente, recuperados pela Polícia Militar.
À NSC TV Joinville, um funcionário, que não quis se identificar, afirmou que foi rendido durante o assalto e levado, junto de outro trabalhador, para dentro de um escritório. Ainda, afirmou que a ação parecia ter sido organizada.
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— Amarram as pernas, os braços e pediram as chaves. Até achei que as armas eram de mentira, por serem velhas e pequenas. A gente acha que foi planejado, por conta de pedirem chaves de carros específicos — disse o homem.
Também em entrevista à NSC TV, uma funcionária afirmou que a ação não demorou e que se sentiu coagida pelos suspeitos.
— Em 15 minutos levaram tudo, foi muito rápido. Tinha que fazer tudo o que quisessem, estavam com armas apontadas — afirmou a mulher.
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