Em ascensão no Brasil e no mundo, o curso de Engenharia Aeroespacial é o mais disputado no vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Joinville. São 252 candidatos inscritos para 35 vagas, uma relação de 7,2 candidatos por vaga. O curso tem duração de cinco anos.
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Os profissionais formados no curso trabalham no desenvolvimento e avaliação de sistemas associados a veículos aeroespaciais, como jatos, helicópteros, foguetes, mísseis, satélites e espaçonaves. Mas também têm capacidade de atuação em diversos setores da engenharia, já que durante o curso os alunos desenvolvem uma forte base mecânica.
Durante os primeiros anos do curso, o estudante entra em contato com matérias comuns às engenharias, chamado ciclo básico, e depois se aprofunda nas disciplinas específicas da Engenharia Aeroespacial.
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O Diretor Geral da UFSC Joinville, Diego Greff, explica a importância de ofertar o curso na Universidade, uma das primeiras do Brasil a disponibilizar a formação na área, e acompanhar as tendências do mercado.
— É um curso excelente e com excelentes professores. É uma visão e necessidade estratégica da UFSC permear as fronteiras novas do conhecimento e novas da geração de tecnologia e inovação. E a engenharia espacial faz parte desse cenário — diz.
Kosmos Rocketry: Engenharia Aeroespacial na prática
O projeto de extensão da UFSC Kosmos Rocketry, equipe de foguetes de sondagem experimental, é uma das oportunidades que os acadêmicos têm para colocar em prática os conhecimentos teóricos. Fundada em 2013, atualmente é a maior equipe do campus, com 49 membros, dos cursos de Engenharia Aeroespacial, Mecatrônica e Ciência e Tecnologia.
Guilherme Martins Mesquita Coelho, de 22 anos, é aluno do sexto semestre e atual capitão da Kosmos. Natural de Jataí (GO), escolheu a UFSC pela proximidade com a indústria, mesmo que não especificamente a aeroespacial, pelos projetos desenvolvidos na instituição, além da estrutura oferecida.
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A equipe participa de diversas competições, inclusive internacionais. Os próximos projetos são voltados para a 6ª Latin American Space Challenge (LASC) e para a International Rocket Engineering Competition (IREC) 2025, definida por Guilherme como a “Copa do Mundo dos Foguetes”, na qual a equipe irá participar com o foguete Morpheus.
— Será o primeiro foguete de 30.000ft (9,1 km) de apogeu feito totalmente por estudantes do hemisfério sul do planeta. Irá quebrar o recorde brasileiro de altura, entre foguetes universitários, chegará a 2,2 vezes a velocidade do som e terá o motor mais potente da América do Sul — explica Guilherme sobre o projeto.
No momento, a equipe busca empresas parceiras que queiram participar desse recorde na competição dos Estados Unidos em 2025, com planos de patrocínio e de parcerias disponíveis. O contato pode ser feito através das redes sociais da Kosmos.
Mercado de trabalho
Paola Nichele Pienta é uma das egressas do curso. Hoje, atua como engenheira de sistemas espaciais na Visiona, em São José dos Campos (SP), onde começou como estagiária e recebeu a efetivação logo após se formar, em 2023. Foi nessa oportunidade de estágio que Paola aprofundou seu conhecimento em satélites e se apaixonou pela área.
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Durante seu período na UFSC, também foi membro da Kosmos por três anos. A engenheira afirma que esta experiência foi de grande contribuição para o mercado de trabalho.
— Participar da Kosmos foi uma oportunidade única, além do conhecimento prático com as matérias da Universidade, aprendi sobre gestão de pessoas e projeto. […] Entrei no setor de estruturas, então passava horas no laboratório. Enquanto um corpo de prova curava, ajudava os demais setores e auxiliava na organização do laboratório. Ter essas noções de subsistemas e integração de sistemas me ajudaram muito — conta.
No Brasil, o mercado no setor ainda está se desenvolvendo, principalmente pelo fato que o curso de Engenharia Aeroespacial é relativamente recente. Em 2010, a Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo, foi a primeira a oferecê-lo.
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O principal polo industrial do setor está localizado em São José dos Campos (SP), sede da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), uma das referências mundiais do setor, com o título de terceira maior fabricante de jatos do mundo.
*Sob supervisão de Leandro Ferreira
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