Santa Catarina tem, desde abril, um novo reforço para os estudos que envolvem a Inteligência Artificial (IA), com um espaço exclusivo para o desenvolvimento de projetos no campus do bairro Trindade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Nele foi implementado um servidor da empresa tecnológica Nvidia, uma espécie de “supercomputador”, que acelera o desenvolvimento de técnicas e aplicações de IA.

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Trata-se do Laboratório Virtual Multiusuário de Ensino, Extensão e Pesquisa, batizado como VLAB@UFSC, que recebeu R$ 2,2 milhões em recursos do Governo do Estado em um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Os recursos foram direcionados para a montagem da estrutura no campus, que deve ser utilizada para colaborar na elaboração e desenvolvimento de projetos de diversas áreas, desde a medicina até a agronomia.

Inaugurado no dia 23 de abril, o laboratório está adaptado com o servidor DGX H100. Para quem é leigo no assunto, o nome difícil do servidor pode não parecer grande coisa, mas a ferramenta tem como maximizar o desempenho em Computação de Alto Desempenho (HPC). Com isso, será possível resolver desafios com inteligência artificial e acelerar as pesquisas de quem utiliza o servidor.

Cursos e projetos de extensão da Universidade também poderão utilizar o laboratório para atividades de pesquisa. De acordo com o Governo do Estado, o espaço deve abrigar, primeiramente, além da HPC, atividades nas áreas de metodologia e técnicas de computação voltadas para IA, genômica e computação quântica.

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Os pesquisadores também vão poder oferecer serviços à comunidade como um todo. Um exemplo são as consultorias de tecnologia avançada para a indústria, ou, além disso, treinamentos para a indústria e a comunidade em geral.

Inicialmente o Vlab@UFSC irá abrigar atividades nas áreas de metodologia e técnicas de computação voltadas para IA, genômica (GEN), computação quântica (CQ) e computação de alto desempenho (HPC). Com os recursos do edital da Fapesc, o laboratório adquiriu um servidor para Inteligência Artificial modelo NVIDIA DGX H100, que vai colaborar na melhora de performance e agilidade nas pesquisas.

Como o laboratório funciona

O professor doutor Aldo von Wangenheim, coordenador do espaço, aponta que o VLAB@UFSC funciona como um ambiente virtual de pesquisa para utilização em atividades realizadas por grupos mais iniciantes, sem tanto acesso a recursos para adquirir computadores sofisticados, mas também por grupos já avançados, mas que precisam de infraestrutura computacional de qualidade.

— Estamos, ao mesmo tempo, oferecendo estrutura para pesquisa em Inteligência Artificial a usuários que nunca teriam acesso a uma estrutura desse tipo se dependesse dos próprios recursos, e otimizando o acesso para grupos de pesquisa que necessitam de uma infraestrutura muito poderosa — destaca von Wangenheim.

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Para o coordenador, a formação da nova estrutura objetiva a inserção da UFSC e de Santa Catarina na corrida do desenvolvimento tecnológico e computacional, e da capacitação de profissionais em IA. Já são cerca de 30 projetos de extensão cadastrados para utilizar o supercomputador em suas pesquisas e atividades.

O pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFSC, Jacques Mick, também observa que o laboratório deve suprir uma demanda necessária da sociedade e da indústria de Santa Catarina.

— Esse momento é resultado de uma tremenda cooperação entre entes públicos, que precisam enfrentar, ao longo dos últimos anos, o desafio que nos é cotidianamente apresentado pelo governo, pelos pesquisadores e pelos cidadãos — diz.

Um dos 50 selecionados pelo programa MultiLab SC

A criação do laboratório só foi possível pela seleção do edital do Programa de Estruturação Acadêmica para Laboratórios Multiusuários Dedicados à Pesquisa Avançada no Estado de Santa Catarina, desenvolvido pela Fapesc e vinculado ao Programa MultiLab SC.

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O investimento total nos 50 projetos que serão desenvolvidos em 19 instituições de ensino superior foi de R$ 111 milhões, com os recursos direcionados para construções ou melhorias na infraestrutura. Além disso, os locais também podem comprar equipamentos e outros itens que tenham relação com o desenvolvimento de pesquisa.

O coordenador do VLAB@UFSC comemora o fato de o programa ampliar o acesso de pesquisadores a laboratórios com alta tecnologia, possibilitando que os grupos de pesquisa possa focar no planejamento e execução de atividades.

— Isso vale tanto para a área da inteligência artificial para a qual o Vlab@UFSC oferece uma infraestrutura única, mas também para diversas outras áreas — salienta.