Coordenadora da Frente Parlamentar Mista da Saúde, a deputada federal de Santa Catarina Carmen Zanotto (Cidadania) defendeu nesta quinta-feira (10) que a compra de vacinas contra o coronavírus seja centralizada pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde. Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV, ela afirmou não “repreender” estados e municípios que buscam acordos por conta própria, mas considerou que uma ‘corrida pela vacina’ pode tornar a imunização desigual.

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A declaração da deputada federal ocorre justamente no momento em que estados e municípios buscam acordos independentes para conseguir um imunizante contra a Covid-19. Em Santa Catarina, a Federação Catarinense de Municípios (Fecam) assina nesta quinta um protocolo de intenções com o governo de São Paulo para que as prefeituras do Estado possam adquirir a Coronavac.

— O que nós defendemos é que essa compra seja realizada pelo Ministério da Saúde, nós temos já várias iniciativas nesse sentido, como o instituto e a nossa Fiocruz no Rio de Janeiro, com a vacina da Universidade de Oxford, da AstraZeneca, que está bem avançada, mas as primeiras doses deverão chegar em janeiro, do Instituto Butantan, da Coronavac, e também agora essa possibilidade mais ampliada da Pfizer — disse Carmen Zanotto.

O Ministério da Saúde, que tradicionalmente coordena as campanhas de vacinação no país, ainda não apresentou um plano de imunização e, no momento, tem acordo firmado apenas com a AstraZeneca.

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Para Zanotto, “a falta de definição” por parte do Ministério da Saúde tem levado estados e municípios a buscarem soluções próprias. Ela declarou que é preciso que a pasta “defina rapidamente o plano de vacinação” e lidere a coordenação da imunização ao redor do país. Do contrário, segundo a deputada, há risco de que cidades e estados sejam prejudicados.

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— Eu não posso repreender nenhum estado e nenhum município que esteja correndo junto ao Butantan para fazer as aquisições, agora isso vai trazer desigualdades para população brasileira (…) E sabemos que tem municípios que têm mais condição de aquisição, e aquisição de um vacina que sem dúvida é obrigação do Ministério da Saúde. Essa falta de definição, e é isso que nós estamos discutindo aqui, tem levado os estados e municípios a terem suas iniciativas de aquisição independente da política nacional de imunização.

A deputada de Santa Catarina também disse que o Ministério da Saúde apresentou nesta quarta (9) um esboço do plano de vacinação, mas disse também que ele “precisa ser mais detalhado”. A compras de seringas e agulhas é um dos pontos que precisa de uma definição mais clara, afirmou ainda Zanotto.

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Sobre a previsão do início da imunização no país, nesta quarta o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que é possível que a vacinação inicie ainda no mês de dezembro, caso o governo federal firme um acordo com a Pfizer. Na semana passada, ele havia dito que a previsão do governo federal era começar a vacinação em março do ano que vem. A respeito disso, a deputada Carmen Zanotto afirmou “ver com dificuldade” o início da imunização em dezembro, e considerou que há mais chances de que ela comece a partir de janeiro.

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