Foi durante um passeio na tarde de um domingo pelo Centro de Joinville que Guilherme escolheu o novo lugar para o seu empreendimento. A partir da próxima quarta-feira (27), a casa tombada como patrimônio histórico, na Rua Sete de Setembro, ganha um novo capítulo ao abrigar o Literarium Café e Livraria. 

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Guilherme, proprietário da antiga cafeteria Giostri, que fechou em dezembro do ano passado, conta que desde o fechamento do estabelecimento procurava por um novo lugar para abrir um café, com o objetivo principal de fazer com que os clientes e amigos pudessem se sentir verdadeiramente em casa.

O imóvel escolhido, que chamou a atenção do empresário, fica na esquina com as ruas Sete de Setembro e Itajaí e pertencia à família Colin no século passado. Conforme Mateus Carle, coordenador do Sistema de Museus de Joinville, assistente cultural e historiador, não há informações exatas sobre o ano de construção da casa, mas ela existe, pelo menos, desde 1910.

Para Guilherme, há um movimento de revitalização do Centro da cidade e o Literarium chega para agregar ainda mais nesta nova fase da cultura joinvilense.

— Eu também quero participar desse movimento de trazer a população, trazer a sociedade para o centro da cidade, porque o centro da cidade tem o objetivo de ser um centro acolhedor, democrático, onde as pessoas possam curtir a cidade quando saírem de suas casas — afirma.

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Histórico da construção

Ainda no século 19, antes de 1880, o terreno da casa pertencia à região de porto, com grande movimentação de pessoas entre Joinville e São Francisco do Sul. Em algum momento, o local foi desapropriado e depois passou a ser da tradicional família Colin.

Durante décadas, Rodolfo Colin, então presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij) e sua esposa, Maria Sofia Colin, residiram na construção de tijolos maciços. Mais tarde, a propriedade passou para o filho Norberto Colin e a esposa Albertina. 

Em 2006, a casa foi vendida para uma imobiliária e posteriormente passou a ser a sede de uma autoescola. Neste ano, quando Guilherme decidiu transformar o espaço em uma cafeteria, a arquiteta Anne Soto, especializada em revitalização de imóveis históricos e tombados, realizou um levantamento com estudo sobre o imóvel. A partir disso, a casa centenária passou por reformas que viabilizassem o uso do estabelecimento. 

Em 2009, a casa foi oficialmente tombada pelo município. Em 2022, foi incluída no Inventário do Patrimônio Cultural de Joinville (IPCJ), com o nível de preservação parcial.

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Casa passa a ser cafeteria

Para o dono do negócio, era muito importante que, apesar da revitalização para adequação ao atendimento, o imóvel mantivesse suas características históricas. 

— Nós somos entusiastas de que o centro das cidades estejam cada vez mais ocupados, mais revitalizados, mais cuidados, porque a história de uma cidade passa muito pelo centro dela, e o desenvolvimento de uma cidade diz muito quando o centro dela é bem cuidado, não é mesmo? — destaca o empresário.

O historiador Mateus Carle explica que a casa tem detalhes bem característicos da época, como um porta-bandeira acima da porta principal onde eram colocados os brasões das famílias, o telhado em estilo mansarda, que possuía vértice duas águas (uma característica europeia), além de outros pequenos traços da época na estrutura da residência, que serão mantidos pelo estabelecimento.

Sobre a nova cafeteria

Assim como a antiga cafeteria, a Literarium vai contar com uma livraria, unindo os apaixonados pela literatura e gastronomia. O espaço será inaugurado na próxima quarta-feira (27) e vai funcionar no modelo soft opening, com cardápio reduzido para testes. Em breve, o estabelecimento deve contar com novidades.

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—  Nesse primeiro momento vamos abrir apenas como livraria e cafeteria, mas a partir do verão, em dezembro, vamos operar também como bar, para happy hour, estendendo o horário de abertura até a noite, com cerveja, chope, drinks e vinhos — explicou Guilherme ao NSC Total.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira

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