Os dados do Censo Demográfico 2022 indicam que 36,9% da população brasileira vive em um município diferente daquele em que nasceu e 14,3% em outro estado. No Censo de 2010, esses percentuais foram de 37,2% e 14,5%, respectivamente. Enquanto isso, São Paulo foi a unidade federativa que mais recebeu migrantes.
Continua depois da publicidade
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Paulo desempenhou um papel central, tanto na atração, quanto na evasão de pessoas, historicamente se consolidando como o principal polo de redistribuição populacional do país.
Duas apostas sortudas de SC levam prêmio na Mega-Sena de R$ 40 milhões
Inclusive, foi São Paulo a Unidade da Federação (UF) com o maior volume de moradores migrantes em seu território: 8,6 milhões de pessoas, com os maiores percentuais de residentes nascidos na Bahia (21,4%) e em Minas Gerais (18,8%), seguido pelo Paraná (11,9%). Por outro lado, 2,9 milhões de paulistas saíram do estado e se encontravam residindo em outras regiões.
Goiás é o segundo estado com o maior volume de moradores que não são nascidos no estado, com 2,0 milhões de pessoas, enquanto 753 mil naturais de Goiás residem em outras UFs.
Continua depois da publicidade
Do ponto de vista dos estados que mais perderam moradores nascidos ao longo da história, estão Bahia e Minas Gerais, com volumes de 3,4 e 3,5 milhões de pessoas. Segundo o IBGE, esses padrões refletem tanto processos históricos de redistribuição populacional, quanto dinâmicas econômicas regionais, que impulsionam a atração ou expulsão de fluxos migratórios em diferentes períodos, aliados ao tamanho populacional de cada UF, no total do País.
É importante ressaltar que, para o Censo 2022, o lugar de nascimento é definido pelo município onde a mãe mora no momento do parto, e não pelo município onde se situava o hospital, maternidade ou o cartório de registro civil da criança.
O Censo também explica que as informações sobre lugar de nascimento e lugar de residência, em momentos diferentes da vida, possibilitam identificar pessoas que, ao longo do tempo, realizaram pelo menos um movimento migratório, independentemente de quando ocorreu.
Veja por regiões
O total de migrantes que vivem fora de sua região de nascimento soma, aproximadamente, 19,2 milhões de pessoas. Desses, 10,4 milhões nasceram no Nordeste, representando 54% do total, o que indica que mais da metade dos moradores migrantes são dessa região. Além disso, destaca-se que 65,5%, ou seja, 6,8 milhões de nordestinos que vivem fora da sua região de nascimento residem na região Sudeste, refletindo a forte atração histórica da região Sudeste sobre a população Nordestina.
Continua depois da publicidade
Os dados para o Sudeste revelam que aproximadamente 9,5 milhões de pessoas não naturais residem ali na data de referência do Censo. Desses, 71,5% nasceram na região Nordeste. Por outro lado, o Nordeste registra o menor número de migrantes nascidos em outras regiões, sendo que a maioria, 66,4%, tinha como região de nascimento o Sudeste, possivelmente refletindo o movimento de retorno de nordestinos acompanhados por seus familiares nascidos em outras regiões.
As regiões Nordeste e Sul registraram os maiores percentuais de população residente em sua própria região de nascimento, com 96,6% e 91,9%, respectivamente. Em contraste, a Região Centro-Oeste apresenta o menor índice de naturais residentes, com 73,4%, e, consequentemente, maior percentual de migrantes de outras regiões, totalizando 26,0%.
Na Região Sul, o maior percentual de não naturais é o de nascidos no Sudeste, totalizando 49,5%, seguidos por 21,7% originários do Nordeste e 9,8% do Norte. Observa-se o crescimento no contingente de migrantes provenientes da Região Norte em todas as regiões, comparado a 2010. Contudo, o aumento mais expressivo ocorreu no Sul, onde a presença desses migrantes triplicou, passando de 3,0% em 2010 para 9,8% em 2022.
O IBGE destaca que Paraná e Santa Catarina apresentaram quantitativos similares de moradores migrantes, além de contarem com as UFs da própria região e São Paulo entre as três primeiras posições em termos de origem populacional. Esses dados evidenciam uma dinâmica de integração regional consolidada entre os estados da Região Sul, bem como uma forte conexão migratória com São Paulo, fenômeno observado também no censo anterior
Continua depois da publicidade
A ampla gama de possibilidades de análise e o detalhamento geográfico dessas informações conferem aos dados do Censo Demográfico de 2022 um papel central nos estudos de estoque de migrantes, dos fluxos recentes e as transformações nos padrões migratórios no Brasil. Além disso, esses dados constituem um insumo fundamental para a formulação de projeções populacionais, subsidiando análises demográficas de longo prazo e o planejamento territorial e socioeconômico.