Produzido há mais de 27 anos, o tradicional carnaval de rua de Santo Antônio de Lisboa tem um grande histórico de performances no Carnaval de Florianópolis. O evento, que começou através da Associação Cultural Esportiva Avante (A.R.C.E. Avante), já foi bloco, atuando como uma espécie de “escola de samba” e contava com o apoio da comunidade.
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Segundo o atual presidente da Associação, Pedro Lisboa, o carnaval de Santo Antônio começou quando os tradicionais bailes de carnaval (como os do Clube Doze, Baile do Avaí, etc) se juntaram para criar o bloco “Unidos do Avante”.
Unidos do Avante
O bloco foi criado entre 1997 e 1998. Segundo o presidente da associação, durante os seus cinco anos de atividade, atuou como uma escola de samba, com alas e carros alegóricos, desfilando pelas ruas de Santo Antônio de Lisboa.
— Eles se envolviam. Minha avó costurava as fantasias. O pessoal engajado da comunidade que fazia isso acontecer, como uma escola de samba — relata Pedro.
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O presidente conta que o bloco começou a atrair a atenção das pessoas para Santo Antônio de Lisboa, mas devido aos custos para manter o bloco como “escola de samba”, começou a ficar insustentável para a associação. O tempo que demandava fazer carro alegórico, fantasias de carnaval e produzir o evento acabou saindo do controle da instituição. O bloco chegou ao fim no ano 2000, quando o pai de Pedro Lisboa, Edenaldo “Feijão” Lisboa, na época presidente da associação, criou o Carnaval de rua de Santo Antônio de Lisboa.
O bloco vira carnaval de rua
Assim que a ideia do Carnaval de rua tomou forma, em 2017, Edenaldo criou dentro da celebração o bloco “Gambá Xeiroso“, incluindo a escolha da corte. Segundo o filho, Pedro Lisboa, ele surgiu devido ao nome do bar que Edenaldo tinha, chamado “Gambarzeira“.
O bloco Gambá Xeiroso se mantém até hoje e é o principal do carnaval de Santo Antônio de Lisboa, sob os cuidados de Pedro, que herdou a tradição da família após a morte de Edenaldo, em 2019.
Edenaldo foi presidente da Associação Recreativa e Cultural Avante e um dos principais organizadores do tradicional Carnaval de rua e da corrida São “Silvelho”. Antes do filho herdar a tradição de Carnaval, o tio-avô de Pedro, Amilca Santana Lisboa, foi quem assumiu as organizações da celebração. Amilca faleceu em 2021, devido à pandemia de Covid-19.
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Em homenagem à família, Pedro desenvolveu bonecos gigantes e seguiu com a escolha da corte, criada pelo pai em 2017, elegendo as duas rainhas e princesas do bloco. Desde então, o bloco vem se desenvolvendo e crescendo dentro da tradição do Carnaval, mantendo os princípios de sua criação, com segurança, cultura e um bom ambiente familiar para os visitantes.
Veja fotos antigas do Carnaval de rua de Santo Antônio de Lisboa
Retomada após a pandemia
O retorno do bloco, que aconteceu em 2023, após a pandemia de Covid-19 foi “cruel”, segundo o presidente, tanto para as perdas do Carnaval como uma economia para Florianópolis, quanto com as perdas dentro da associação e consequentemente do bloco. Além disso, a situação financeira da associação, que se mantém – em grande parte – por causa do Carnaval, vendendo bebidas dentro do perímetro, também foi afetada.
— Foi muito desafiador assim, eu tinha intenção de me envolver no Carnaval de rua, mas não de uma hora para outra. A gente se mantém por causa do Carnaval, se programa para fazer essa festa o ano inteiro, por mais que seja público, temos gastos a cobrir — explica.
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A consagração do carnaval de rua de Santo Antônio de Lisboa
Segundo Pedro, o Carnaval de rua de Santo Antônio de Lisboa foi histórico em 2024, se consagrando como um grande bloco tradicional em Florianópolis.
De acordo com dados da Associação Avante, cerca de 350 mil pessoas passaram pelo bairro durante os cinco dias de Carnaval, contando com a presença de governadores e prefeitos de outras cidades. Para comparação, em 2020, antes da quarentena devido à pandemia, mais de 180 mil pessoas passaram pela região.
— Não sou só eu (Pedro) que faço o Carnaval, tem toda uma comunidade que faz isso acontecer. Fomos na cara e na coragem, batendo no peito, para fazer essa festa acontecer. A Associação não tinha um “encaixe” específico para conseguir manter o Carnaval; a gente foi lá e fez — diz.
Confira fotos do Carnaval de rua de Santo Antônio de Lisboa
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Dificuldades e o futuro do Carnaval de rua
O presidente da associação relata que para 2025 a organização do evento sente certo medo em relação a licitação do Carnaval de Florianópolis. Segundo ele, o Carnaval de rua tradicional será entregue e feito, mas talvez “não seja igual ao do ano passado”.
— Eu (Pedro) faço um Carnaval em um ano, não em um mês. Então um mês antes do Carnaval saiu essa licitação, que eu sou totalmente a favor, mas que dificulta o nosso trabalho. Temos o apoio da prefeitura e entendemos essa situação, então acredito que esse ano por estar em cima da hora, talvez, não seja como o do ano passado. Mas, acredito que ano que vem, tendo toda uma preparação com as novas regras, já vai ser outro cenário. Nos mantemos vivos fazendo a tradição — pontua.
No início de 2025, o Carnaval de rua de Florianópolis foi a leilão, onde uma empresa foi definida para organizar a festa durante os próximos três anos. A vencedora vai colocar a marca na organização do evento e, ao mesmo tempo, ajudar a bancar os custos da folia. A previsão é de que, em 2027, a festa de rua seja totalmente feita a partir de recursos da iniciativa privada.
Na celebração deste ano, a prefeitura vai arcar com despesas de segurança nas arenas, com exceção da festa em Santo Antônio de Lisboa, e com a infraestrutura física com tendas, palcos, gradis, fechamento metálico da Praça XV e de prédios históricos, banheiros químicos, ambulâncias, som e iluminação.
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A empresa responsável assumirá a segurança em Santo Antônio de Lisboa. Neste primeiro ano, o investimento estimado para a produtora contratada é de R$ 1 milhão.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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