O dia 11 de abril celebra a conscientização da sociedade sobre a doença de Parkinson, uma condição neurológica crônica e progressiva. Instituída em homenagem ao médico James Parkinson, que descreveu a doença pela primeira vez em 1817, a data promove debates sobre diagnóstico precoce, cuidados essenciais e estratégias para melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares. A doença não possui cura, mas os tratamentos são essenciais para frear a progressão e reduzir os sintomas.
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A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que 200 mil pessoas sofram com a doença no Brasil.
Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina – publicado em 2024 na Revista do SUS – mostrou que a mortalidade por Parkinson foi predominante na região Sul do país, entre 2002 e 2021, registrando 19,4 mortes a cada 100 mil habitantes. No Brasil, foram 57.723 óbitos por doença de Parkinson durante o mesmo período.
O que é a Doença de Parkinson?
A Doença de Parkinson é uma condição neurológica causada pela degeneração das células cerebrais responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos.
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A condição apresenta sintomas como:
- Tremores: movimentos involuntários que ocorrem principalmente em repouso, afetando mãos, braços ou pernas.
- Lentidão de movimentos (Bradicinesia): dificuldade em iniciar e realizar tarefas cotidianas.
- Rigidez muscular: sensação de tensão nos músculos, dificultando a mobilidade.
- Instabilidade postural: problemas de equilíbrio que podem levar a quedas.
Além dos sintomas motores, muitas pessoas com Parkinson também apresentam sinais não motores, como depressão, distúrbios do sono, perda de olfato, constipação e, em estágios mais avançados, alterações cognitivas.
Tratamentos e terapias disponíveis
Embora a doença ainda não tenha cura, tratamentos multidisciplinares e terapias específicas ajudam a controlar os sintomas e promover bem-estar.
Entre essas terapias está a dança. A professora Camila Pinto, do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que “já existem estudos científicos robustos que mostram que a dança para pessoas com Parkinson reduz a progressão dos sintomas motores (que incluem lentidão dos movimentos, rigidez e dificuldades de equilíbrio) e melhora aspectos emocionais (como ansiedade e depressão)”.
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Segundo a pesquisadora, um dos maiores desafios era levar essa prática a pessoas que moram longe dos grandes centros ou que têm dificuldade de mobilidade. Então, desde 2019, até o início deste ano, ela ministrou aulas de dança online para pessoas de diversos lugares do país, incluindo brasileiros que já nem moram mais no Brasil.
Apesar dos benefícios, ela reconhece os obstáculos: “Os maiores desafios para trabalhar de forma remota envolvem a familiarização com a tecnologia e o estabelecimento de uma rotina de exercícios para fazer em casa”.
Ainda assim, o principal ingrediente não pode faltar: “O mais importante é ter vontade de dançar – a dança é para todos!”.
Confira como a dança é usada no tratamento
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Cuidados essenciais para pacientes com Parkinson
A enfermeira Yohana Eugenia González Pares, integrante do time Nonno — startup que desde 2019 atua com o serviço de cuidado — traz dicas de cuidado e pontos de atenção para famílias que possuem integrantes portadores da doença de Parkinson.
- Consultas regulares com especialistas, como neurologistas, são fundamentais para ajustar medicamentos e monitorar a progressão da doença.
- Exercícios adaptados, como yoga, dança ou caminhadas leves, auxiliam no equilíbrio, mobilidade e fortalecimento muscular.
- Barras de apoio, pisos antiderrapantes e iluminação adequada são ajustes que aumentam a segurança em casa.
- Uma dieta rica em fibras e adequada à condição do paciente ajuda a prevenir problemas comuns, como constipação.
- Terapias e grupos de apoio são essenciais para combater sentimentos de isolamento e lidar com o impacto emocional da doença.
Benefícios de cuidadores em domicílio
- Prevenção de quedas e suporte na administração de medicamentos nos horários corretos.
- O paciente permanece em seu ambiente familiar, o que reduz o estresse e favorece a independência.
- O cuidador pode incentivar exercícios físicos e cognitivos, ajudando a manter a mobilidade e o bem-estar emocional.
- A presença de um profissional capacitado garante segurança e alívio para os familiares, que podem focar em proporcionar apoio emocional.
A Nonno, como intermediária especializada que conecta famílias e cuidadores, desempenha papel auxiliar na rotina de pacientes com Parkinson. Os cuidadores orientam as famílias a identificarem as reais necessidades do paciente, seja para apoio parcial ou cuidados contínuos, auxiliam na criação de horários regulares para medicação, exercícios e momentos de lazer, além de estimularem a participação do idoso em atividades sociais que favoreçam a autoestima e o engajamento com a comunidade.
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