A cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo, alerta o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, no Dia Mundial do Câncer, que é lembrado nesta terça-feira (4).
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Nas redes sociais, Tedros ainda destacou que a OMS atua em várias áreas, que vão desde o fornecimento de medicações para tratamentos oncológicos pediátricos até campanhas globais para a eliminação do câncer cervical: “Estamos trabalhando para melhorar a vida de milhões de pessoas“, escreveu.
“No Dia Mundial do Câncer, honramos a coragem daqueles afetados pela doença, celebramos o progresso científico e reafirmamos nosso compromisso de promover saúde para todos”, disse o diretor-geral no X, antigo Twitter.
Vacina do HPV também previne câncer em homens
O Papiloma Vírus Humano, ou HPV, pode causar outros tipos de câncer em mulheres — além do câncer de colo de útero — e em homens. Um levantamento inédito feito pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia revela que mais de 6 mil pessoas morreram por conta do câncer do canal anal entre 2015 e 2023, no Brasil. Na maioria dos casos, a doença vem após a infecção pelo HPV.
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A pesquisa identificou, ainda, cerca de 38 mil internações pela doença nos últimos dez anos, a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Mesmo com o número alto, o câncer do canal anal ainda é raro, e representa cerca de 2% dos tumores que atingem a região do intestino grosso, reto e ânus.
Ainda que raro, o membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, Helio Moreira, alerta que a incidência da doença vem aumentando 4% ao ano. Isso ocorre por dois fatores principais, segundo ele. A primeira é a “normalização” do sexo anal não só mais entre homens gays, mas também entre pessoas bissexuais e heterossexuais. O outro fator, de acordo com Moreira, é o aumento da expectativa de vida das pessoas que têm HIV.
— Com a melhora dos medicamentos que controlam o HIV, aumentou muito o tempo de vida desses pacientes. E mesmo tendo uma contagem de anticorpos dentro dos níveis normais, ainda assim para essa população o risco de desenvolver câncer de canal anal é maior do que para a população geral — completa.
Isso significa que medidas como uso de proteção durante o ato sexual e a vacinação contra o HPV podem prevenir o câncer do canal anal. A proteção é mais vital ainda no caso do sexo anal, explica o coloproctologista.
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— A parede da vagina é muito mais resistente a fissuras e lacerações do que a parede do canal anal. Daí o risco maior de você contrair infecções por HPV quando o sexo é anal — diz.
Vacina está disponível no SUS
A vacina contra o HPV é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece um imunizante quadrivalente, ou seja, que combate os quatro tipos de vírus que mais causam doenças.
Meninas e meninos entre 9 e 14 anos devem ser vacinados, uma vez que o imunizante tem maior efetividade se for tomado antes do início da vida sexual. O público-alvo também inclui pessoas com HIV, transplantados, vítimas de violência sexual, e usuários de Profilaxia Pré-Exposição, até os 45 anos de idade.
Outra doença que também pode ser provocada pelo HPV é o câncer de pênis. Nos últimos dez anos, o Brasil registrou mais de 4,5 mil mortes e cerca de 22 mil internações, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia. Estima-se que metade dos casos seja causado por HPV, e uma das consequências mais drásticas é a amputação do pênis, realizada em cerca de 580 pessoas por ano, no Brasil.
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O diretor da Escola Superior de Urologia da Sociedade Brasileira de Urologia, Roni de Carvalho Fernandes reforça que esse também é um tipo de câncer que pode ser prevenido de forma simples.
— Com uma boa higiene genital e prevenindo doenças infectocontagiosas sexualmente transmissíveis. E a vacinação do HPV pode diminuir aí uma incidência de 30% a 40% dos casos — afirma.
Atualmente, mais de 54% das mulheres e 41% dos homens que já iniciaram a vida sexual têm algum tipo de HPV. A maioria das infecções não manifesta sintomas, e o vírus pode ser transmitido também pelo contato com a mucosa infectada por via genital, oral ou manual, mesmo sem penetração. Por isso, os especialistas defendem que a vacinação com altas coberturas é a forma mais garantida de evitar que o vírus continue se propagando.
Veja orientações da OMS para reduzir o risco de câncer
Entre os riscos para reduzir o risco de câncer, a OMS destaca:
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- não fumar;
- praticar atividade física regularmente;
- comer frutas e verduras;
- manter um peso corporal saudável;
- limitar o consumo de álcool.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
**Com informações da Agência Brasil
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