Dia 13 de março é o Dia Mundial do Rim, data dedicada à conscientização sobre a importância da saúde renal. As doenças renais se desenvolvem de maneira silenciosa, e podem exigir que o paciente faça procedimentos frequentes de hemodiálise ou, em casos mais graves, transplante de rim. Em Santa Catarina, até o final de fevereiro, eram 927 pessoas na fila do transplante de órgão, conforme dados disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Continua depois da publicidade

Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp

Atualmente, o rim lidera a lista de espera por transplantes no Brasil, conforme dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Das 45,3 mil pessoas que aguardam um órgão no país, 42 mil estão na fila por um rim compatível.

Dados da SES de 2024 revelam que, em Santa Catarina, mais de 655 mil pessoas sofrem com alguma doença renal. Dessas, aproximadamente 4 mil dependem de hemodiálise, enquanto 700 pessoas morrem anualmente devido a complicações renais.

O presidente da Fundação Pró-Rim, Maycon Truppel Machado, utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa catarinense na manhã desta quinta-feira (13) para trazer um panorama das doenças renais em Santa Catarina, além de apresentar as atividades da instituição.

Continua depois da publicidade

SC tem política voltada à prevenção e tratamento da doença

Machado disse que o estado catarinense está em uma “posição especial” em relação às demais unidades da federação. Isso porque Santa Catarina conta com uma política voltada especificamente à promoção dos cuidados de prevenção e tratamento da doença.

— Hoje, através dessa política, os pacientes em estágio pré-hemodiálise, ou seja, estágios 4 e 5, podem receber tratamento em todas as 28 clínicas existentes no Estado que atendem pelo SUS [Sistema Único de Saúde] — comenta.

Machado também chama atenção para a necessidade de os municípios firmarem convênios de atendimento com essas unidades de saúde.

O presidente anunciou, ainda, que neste ano a fundação deve contar com uma nova unidade de atendimento, em Palhoça, que vai se somar às existentes nos municípios de Joinville, São Bento do Sul, Mafra, Jaraguá do Sul e Balneário Camboriú.

Continua depois da publicidade

Nível de creatinina no sangue pode sinalizar quadros graves

Um dos principais indicadores do funcionamento dos rins é o nível de creatinina no sangue, cujo aumento pode sinalizar desde disfunções leves até quadros graves, como a insuficiência renal crônica.

A creatinina é um subproduto natural do metabolismo muscular, eliminado pelo organismo por meio dos rins. Quando esses órgãos não estão funcionando adequadamente, a substância se acumula no sangue, podendo indicar danos renais.

De acordo com a médica patologista clínica e diretora médica do Laboratório Santa Luzia/Dasa, Annelise Wengerkievicz Lopes, a medição regular da creatinina é uma das formas mais eficazes de monitorar a função renal e evitar o desenvolvimento de complicações graves, especialmente em populações de risco, como hipertensos e pessoas com diabetes.

Níveis de creatinina e fatores de risco

Os valores normais de creatinina variam de acordo com fatores como massa muscular, dieta e uso de medicamentos, de acordo com Annelise. Por isso, a interpretação do resultado do exame de creatinina requer uma avaliação médica, que utiliza uma equação que estima a taxa de filtração glomerular a partir dos valores de creatinina e outras informações como sexo e idade. A função renal pode cair pela metade antes de se ter uma alteração de creatinina acima do intervalo de referência.

Continua depois da publicidade

Segundo a médica, pessoas jovens, musculosas e afrodescendentes podem ter níveis um pouco mais altos, enquanto idosos, pessoas com desnutrição ou com pouca massa muscular podem apresentar níveis mais baixos e isso deve ser levado em consideração ao interpretar os resultados.

A elevação da creatinina pode ser causada por diversas condições, incluindo hipertensão, diabetes, desidratação, infecções graves, obstruções renais e até doenças autoimunes, como o lúpus.

Sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce

Muitas vezes, a disfunção renal não apresenta sintomas evidentes até que o quadro esteja avançado, segundo a médica. No entanto, alguns sinais podem indicar problemas nos rins, como: náuseas e vômitos, cansaço excessivo, inchaço generalizado, falta de apetite e emagrecimento.

Diante de qualquer alteração, é essencial buscar orientação médica. A realização do exame de creatinina, um procedimento simples e rápido, e do exame de urina, podem ajudar na identificação precoce de problemas renais e permitir que medidas preventivas sejam adotadas antes que o quadro se agrave.

Continua depois da publicidade

Prevenção e cuidados com a saúde renal

Manter a saúde dos rins envolve hábitos simples e eficazes, como beber bastante água, controlar a pressão arterial e o diabetes, evitar o uso excessivo de anti-inflamatórios e outros medicamentos sem orientação médica, adotar uma alimentação equilibrada, com menos sal e proteínas em excesso, e praticar atividades físicas regularmente.

Annelise explica que, caso a creatinina esteja elevada, o acompanhamento com um nefrologista é fundamental.

— Dependendo da causa, o tratamento pode incluir controle da pressão arterial, ajustes na dieta e, em alguns casos mais complexos, terapias como a diálise — pontua.

Neste Dia Mundial do Rim, o alerta é claro: cuidar da saúde renal é essencial para uma vida longa e com qualidade.

Continua depois da publicidade

— A prevenção, por meio de exames regulares e adoção de hábitos saudáveis, pode evitar complicações graves e garantir um futuro mais saudável para milhares de pessoas — finaliza a médica.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

Leia também

Duas cidades de SC estão em lista prioritária para a vacinação de adolescentes contra o HPV

Uso inadequado de botox traz risco de doença grave, alerta Anvisa

Papa Francisco recebe bolo com velas no hospital em comemoração aos 12 anos de sua eleição