A população e quem visita Santa Catarina durante o verão já sabe: sol no início da manhã, com o céu azul quase sem nuvens, nunca é totalmente confiável para se ter uma base de como será o tempo no decorrer do dia. Sol, chuva, calor, vento e até granizo: tudo isso pode acontecer em questão de poucas horas no mesmo lugar em território catarinense, principalmente no verão. Entretanto, apesar de parecer um fenômeno raro, a Epagri/Ciram explica que a condição é comum, principalmente pela posição geográfica do Estado no planeta.
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Recentemente, um vídeo sobre o clima “doido” da Grande Florianópolis viralizou em uma rede social, com quase meio milhão de visualizações. Gravado em Tijucas, o vídeo mostra o dia começando com uma chuva torrencial, às 7h. Já às 13h, o mesmo local aparece com o céu azul, quase sem nuvens. Entretanto, três horas depois, o céu já aparece com nuvens escuras, indicando que uma nova tempestade estava por vir.
Nos comentários, os usuários disseram, em tom de brincadeira, que “nem Santa Catarina entende o próprio tempo”, e, ainda, deixaram conselhos afirmando que nunca é possível “deixar as janelas de casa abertas nessa época”.
“Para sair de manhã tem que levar guarda-chuva, casaco e uma muda de roupa de calor”, comentou um usuário, entre risadas. “Todas as estações do ano num dia”, disse outro.
Veja o vídeo
@gustavvd_ #vaiprofycaramba #santacatarina #eosguripai #viral ♬ Vou para Santa Catarina – Terceira Dimensão
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Mudança no tempo é normal?
Para entender se as mudanças “bruscas” no tempo são normais, o NSC Total conversou a meteorologista da Epagri/Ciram, Gilsânia Cruz. De acordo com ela, não há nada de especial no Estado para a ocorrência desse tipo de mudança. O que acontece é que Santa Catarina está na região Sul, uma região considerada frontogenética, recebendo massas de ar quente e extratropicais dos polos do planeta.
— Por conta disso, nós temos uma condição maior de desenvolver sistemas meteorológicos mais instáveis que, por vezes, trazem as mudanças no tempo. No verão, as frentes frias vêm pela faixa litorânea, muitas vezes, o que não deixa aquele tempo fechado o dia todo. A frente fria está próxima, dá umas aberturas de sol, mas aí tem umidade e o calor, que acabam favorecendo algumas tempestades ou temporais isolados — diz.
A meteorologista também afirma que esse tipo de comportamento no tempo é comum no verão, citando eventos passados no Estado, com sol, calor, aumento de nebulosidade e pancadas de chuva acontecendo com poucas horas de diferença e, às vezes, em apenas um ponto de uma cidade. No final de novembro, por exemplo, uma chuva de granizo surpreendeu moradores de São José, na Grande Florianópolis, depois de um sábado de sol e poucas nuvens.
O que é fora do comum, na verdade, são eventos extremos, como o ciclone extratropical que deixou estragos em Santa Catarina há cerca de duas semanas. Três pessoas da mesma família morreram após uma enxurrada no bairro São Sebastião, em Palhoça, na Grande Florianópolis, onde mais de 137 milímetros foram registrados em apenas 12 horas de acordo com a Defesa Civil.
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Segundo Gilsânia, a expectativa é que esse tenha sido o último ciclone do ano no Estado, já considerado atípico para a época.
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Existe relação com o La Niña?
De acordo com a meteorologista, não há relação da mudança brusca no tempo com o fenômeno La Niña, que tem influenciado na condição climática do Estado, com a chuva abaixo da média e os termômetros não alcançando altas temperaturas por um período mais longo de tempo. Na última quarta-feira (17), por exemplo, a Serra catarinense registrou geada, com 1,5°C em Urupema, há poucos dias do verão.
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